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A Copa como ela é
Viaduto inacabado da Copa desaba e mata um em BH
Estrutura de concreto a 6 km do Mineirão atinge micro-ônibus e mata motorista
Obra foi contratada pela prefeitura e é bancada por verba federal do PAC; prefeito fala em erro de engenharia
Um viaduto em construção desabou nesta quinta-feira (3), em Belo Horizonte, matando ao menos uma pessoa e ferindo outras 22.
A obra, na região norte da cidade, integra o pacote federal de mobilidade da Copa e não havia ficado pronta a tempo para o Mundial.
Hanna Cristina Santos, 25, motorista de um micro-ônibus que trafegava pela avenida Pedro 1º, que passa embaixo do viaduto, morreu esmagada.
A filha dela, de cinco anos, também estava no veículo, e sofreu ferimentos leves.
Passageiros do micro-ônibus são a maioria entre os feridos. Também foram esmagados dois caminhões da obra, que estavam desocupados, e um carro de passeio.
O desabamento, a cerca de 6 km do Mineirão, foi noticiado em todo o mundo. Nove pessoas já haviam morrido em obras do Mundial, todas na construção de estádios.
A avenida Pedro 1º é um dos caminhos para o Mineirão, que já sediou cinco partidas da Copa e abrigará a semifinal na próxima terça (8).
A obra é executada pela construtora Cowan, contratada pela Prefeitura de Belo Horizonte com verba federal.
O prefeito Márcio Lacerda (PSB) afirmou que a responsabilidade será apurada, mas atribuiu o desabamento a um erro de engenharia.
A presidente Dilma Rousseff (PT) escreveu, em seu perfil no Twitter, que recebeu a notícia "com tristeza" e prestou solidariedade às famílias das vítimas.
A prefeitura contabiliza ainda uma morte "presumida": a do condutor do carro de passeio. O óbito não havia sido confirmado até a conclusão desta edição porque as equipes que trabalhavam no local não haviam conseguido alcançar o local onde ele está.
RISCO
O desabamento poderia ter sido mais grave. O tráfego de veículos era normal na avenida quando ocorreu o acidente, pouco depois das 15h.
Imagens de uma câmera de segurança mostram ônibus, caminhões e carros passando por debaixo do viaduto segundos antes da queda.
O viaduto foi planejado para ordenar o trânsito na região devido à construção do corredor do BRT (ônibus rápido) na avenida, que interrompeu vários cruzamentos.
No início da noite, o micro-ônibus e o corpo da motorista foram retirados dos escombros. Os bombeiros tentavam levantar parte do concreto, com macacos hidráulicos, para remover o carro de passeio.
A maior parte dos feridos foi levada a hospitais da região. Eles não correm risco de morrer, segundo a prefeitura. Três haviam sido liberados.