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Dilma busca interlocutor para acalmar o mercado

Governo teme que, depois da Copa, ritmo fraco da economia afete campanha

Até agora, presidente não chamou equipe para discutir política econômica de eventual segundo mandato

VALDO CRUZ DE BRASÍLIA ANDRÉIA SADI

Passado o período de trégua gerado pela Copa, o governo e a cúpula da campanha da presidente Dilma estão preocupados com o humor do eleitor em relação ao cenário econômico, que está pior do que o previsto pela equipe presidencial para a fase inicial da eleição.

Na avaliação de assessores, a Copa afastou o clima de "pessimismo" do país, mas um ritmo muito fraco da economia pode trazê-lo de volta e prejudicar a imagem de Dilma durante a campanha.

Segundo auxiliares, o temor é que o relato de empresários, de que o país entrou numa fase de estagnação, se materialize exatamente a partir de agora, quando vai começar o debate entre a presidente e seus adversários, o tucano Aécio Neves e o pessebista Eduardo Campos.

O governo chegou a apostar num crescimento de 2% neste ano, mas o Banco Central já estima que ele ficará em 1,6%. Reservadamente, assessores admitem a possibilidade de ficar abaixo deste patamar, perto de 1%.

Esta piora no cenário econômico gerou entre assessores do governo e da campanha o debate sobre qual discurso econômico será usado na eleição e se será necessário escolher um porta-voz da presidente na área --assunto ainda indefinido.

Até agora, Dilma não chamou sua equipe para discutir como será a política econômica do segundo governo. No final do ano passado, segundo a Folha apurou, Dilma ouviu de um ministro que, ao manter Guido Mantega no cargo, ela passaria a campanha tendo de explicar quem seria seu novo ministro da Fazenda. Mantega, que se mantém há oito anos no cargo, está desgastado e enfrenta críticas do setor privado.

Preocupado com o empresariado, Lula busca um interlocutor na campanha para dialogar com os setores econômicos. Um dos temores da campanha é que a indicação de Aécio Neves de que Armínio Fraga poderá ser o ministro da Fazenda caso ele se eleja dá ao tucano uma proeminência muito forte.

A ideia é que haja um representante na equipe petista para se contrapor ao ex-presidente do Banco Central de FHC. Dentro da campanha, há quem defenda que o ex-secretário executivo da Fazenda Nelson Barbosa faça este papel. Outro nome cotado seria o do ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil).

INFLAÇÃO

Até o início do ano, a equipe de Dilma acreditava que a inflação seria o ponto mais fraco da candidata petista, mas o recuo gradual nos índices de preços está dando um refresco ao governo. Agora, a preocupação passa a ser o crescimento do país.

Assessores presidenciais acreditam que a defesa econômica do passado será fácil de ser feita, na comparação dos números dos governos petistas e tucano. O problema é o presente e o futuro, num cenário de risco de estagnação econômica com inflação ainda alta.

Reservadamente, um assessor faz a seguinte análise. "O eleitor vai sair da Copa, principalmente se o Brasil ganhar, de bem com a vida. Mas, depois de duas semanas, voltará para realidade. Aí seu ânimo pode ser afetado por uma sensação de economia em queda livre."

Um interlocutor da presidente no meio empresarial diz que o governo ainda não percebeu ou não quer admitir que a "economia simplesmente está parando" e, segundo ele, só vai voltar a girar depois das eleições.

Aí, tudo vai depender de quem ganhar a eleição e com qual discurso sobre o futuro. No Planalto, assessores de Dilma confirmam que a tática será a de "omitir'' o discurso sobre o futuro exatamente porque existe uma indefinição sobre como será um segundo mandato Dilma.

FUNDAMENTOS

Um ministro explica que a posição do governo será a de bater na tecla do presente, de que "os fundamentos do país estão ótimos" entre as principais economias do mundo: PIB, geração de emprego, reservas cambias e superávit.


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