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Regra é troféu ser entregue por chefes de Estado

ROBERTO DIAS DE SÃO PAULO

Na maior parte das Copas, foi o chefe de Estado do país anfitrião quem entregou o troféu mais conhecido do esporte à seleção campeã.

Mas há exceções, e uma delas é o último Mundial no Brasil. Em 1950, a entrega foi feita pelo homem que batizava a taça, o francês Jules Rimet, que comandava a Fifa, e não pelo então presidente do Brasil, Eurico Gaspar Dutra.

A premiação, por sinal, foi bastante, atípica --a própria Fifa fala em "encerramento insólito". Não houve cerimônia nem discurso oficial após o Maracanazo. As imagens mostram que, no meio de um pequeno tumulto, Rimet passou a taça ao capitão uruguaio, Obdulio Varela.

A Folha pesquisou vídeos, fotos e narrativas da premiação. Apenas em 1934 não foi possível identificar quem repassou o troféu --vários relatos apontam que o capitão da Itália, Gianpiero Combi, o recebeu do ditador Benito Mussolini, mas não há imagens.

Consultada, a Fifa informou que não possui uma lista de quem entregou a taça.

Segundo a entidade, "a responsabilidade [pela entrega] é do presidente da Fifa, e há uma tradição de que o presidente da Fifa e o chefe de Estado entreguem o troféu para o time vencedor".

Foi assim no último Mundial, quando o presidente da entidade, Joseph Blatter, e o da África do Sul, Jacob Zuma, passaram o troféu às mãos do capitão espanhol, o goleiro Iker Casillas.

Quatro anos antes, também foi feita uma dobradinha, mas Blatter abriu mão de participar. Numa final totalmente europeia (Itália e França disputaram o título na Alemanha), ele resolveu homenagear o sueco Lennart Johansson, que comandava a Uefa, responsável pelo futebol no continente.

Johansson e o então presidente da Alemanha, Horst Köhler, estiveram presentes na cerimônia. Só que as imagens mostram que, no meio do comemoração, quem de fato passa a taça para o capitão italiano, Fabio Cannavaro, não é nenhum dos dois, e sim Angelo Peruzzi, goleiro reserva da Itália.

No último título brasileiro, em 2002, houve outra dobradinha, mas sem chefe de Estado --foi a primeira e única Copa realizada em dois países, Japão e Coreia do Sul, o que exigiu um malabarismo diplomático da Fifa. Após a final, Cafu recebeu a taça das mãos de Blatter e de Pelé.

No Mundial asiático, assim como em 2006, a premiação foi feita num palco montado no gramado. Em 2010, voltou a ocorrer na tribuna, como em 1998, quando, em sua última Copa como presidente da Fifa, João Havelange repassou o troféu para uma festa totalmente francesa: o presidente Jacques Chirac entregou-o ao capitão Didier Deschamps.

Nos EUA, em 1994, coube ao vice-presidente americano, Al Gore, passar a Taça Fifa ao capitão Dunga --que dali mesmo disparou palavrões contra os críticos do time.

Daí para trás, há uma longa sequência de Copas em que o troféu foi entregue pelo próprio chefe de Estado.

Entre elas, a Copa de 1970, quando o presidente mexicano, Gustavo Díaz Ordaz, protagonizou a cena clássica com o capitão Carlos Alberto Torres, último a erguer a taça Jules Rimet (o Brasil a conquistou em definitivo com o tri).

A sequência é quebrada em 1962, no Chile, onde o presidente da Fifa, o inglês Stanley Rous, passou a taça ao capitão brasileiro, Mauro. Seu antecessor, Bellini, ganhou-a em 1958 das mãos do rei Gustavo 6º, da Suécia.


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