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A Copa como ela é

Vila Madalena tem briga e 'feira de droga' na reta final da Copa

Comando da PM diz que intervir no local 'gera tumulto', mas que irá reforçar o policiamento para conter crimes

Bairro que concentra torcedores em SP teve noite de confusão após a derrota da seleção para a Alemanha

DE SÃO PAULO

Após a derrota do Brasil para a Alemanha, a Vila Madalena, bairro boêmio da zona oeste paulistana que vem lotando de turistas na Copa, teve uma noite de brigas e tráfico de drogas na terça (8).

Diante do cenário, o comandante-geral da Polícia Militar, Benedito Meira, disse que vai aumentar o policiamento na região até o fim do Mundial, no domingo (13).

"Nós obviamente vamos tentar reprimir isso [venda de droga] e mudar esse cenário", disse Meira. O comandante porém, vê dificuldade na ação. "A verdade é que toda intervenção lá gera tumulto."

O secretário da Segurança Pública, Fernando Grella, ordenou que policiais do Denarc (departamento de entorpecentes) façam plantão ali.

A Folha esteve na região na terça e flagrou brigas entre torcedores, muitos deles alcoolizados, além do acúmulo de sujeira nas ruas.

Traficantes transformaram as ruas numa "feira de drogas". Maconha, cocaína e até LSD eram ofertados aos gritos a torcedores, conforme mostrou a TV Globo.

Vídeos mostram traficantes anunciando as drogas aos berros. "Ó o pó [cocaína], lança [lança-perfume], ó o verde [maconha]. Tem tudo, menos crack", afirmam.

O preços variavam de R$ 10 (uma porção de maconha) a R$ 30 (cocaína). Nem usuários de drogas nem traficantes pareciam se intimidar com a presença da polícia. As drogas eram usadas livremente.

O Denarc abriu inquérito e diz que tenta identificar traficantes por meio de imagens. Meira afirmou à TV Globo que policiais serão infiltrados entre os torcedores.

Na tarde desta quarta (9), numa espécie de "ressaca" pós-desclassificação, comerciantes falavam em queda no movimento --o fluxo era, de fato, visivelmente menor do que em dias anteriores.

O esvaziamento foi provocado não só pela chuva e pela queda de energia durante uma hora, mas também pela repercussão de episódios de violência.

À tarde e à noite, policiais revistavam mochilas de frequentadores da região. Segundo a PM no local, até as 22h, cinco pessoas foram detidas por porte de drogas.

NO LIMITE

Para o presidente da Savima (associação de moradores), Cassio Calazans de Freitas, o bairro chegou ao limite. "Não temos mais o que fazer. Estão usando a Vila como um palco de eventos. Só que aqui não comporta um público deste tamanho."

Durante quase toda a Copa, as ruas foram tomadas por torcedores. No início, havia carência de infraestrutura na região, como falta de banheiros químicos e bloqueios. Após reclamações, a prefeitura ampliou o serviço e a PM passou a direcionar um contingente maior de policiais.

O comandante da Polícia Militar disse que reforçará o policiamento na área --ele não detalhou, porém, de quanto será esse aumento.

Para esta quarta, dia em que Argentina e Holanda se enfrentaram no Itaquerão, a PM destacou 1.200 homens para toda a cidade, mesmo efetivo usado no dia anterior, que teve Brasil x Alemanha.


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