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A Copa como ela é

Aécio diz que Dilma 'pagará' pelo uso político do Mundial

Para tucano, quem esperava fazer a Copa influenciar a eleição vai se frustrar

Eduardo Campos, do PSB, disse que futebol brasileiro, 'assim como muitas coisas no Brasil, precisa se renovar'

DE SÃO PAULO DO RIO

Dois dias após a eliminação da seleção brasileira da Copa, o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, disse nesta quinta-feira (10) que o governo da presidente Dilma "pagará o preço" e irá se "frustrar" pelo uso político do Mundial.

Em visita a Vila Velha (ES), o principal adversário de Dilma até o momento foi questionado tanto sobre o suposto uso político da organização da Copa quanto sobre a derrota da seleção.

"Quando vieram as manifestações, ela [Dilma] não tinha nada a ver com Copa do Mundo. Quando a Copa dá certo, parecia até que era ela a artilheira da seleção. Acho que quem vai pagar o preço são aqueles que tentaram se apropriar de um evento que é de todos os brasileiros", disse.

Vaiada e hostilizada por torcedores na abertura da Copa, em São Paulo, a presidente passou a falar mais sobre o evento nas últimas semanas, quando a aprovação popular ao torneio foi crescendo.

Ela criticou os que previam um fracasso na organização do Mundial e divulgou mensagem para Neymar, após ele ter ficado de fora da competição devido a uma contusão.

Com a eliminação da seleção brasileira, goleada por 7 a 1 pela Alemanha, Dilma busca agora minimizar o efeito negativo da derrota no futebol sobre o humor da população.

Aécio assistiu à derrota da seleção no Mineirão, em Belo Horizonte, mas evitou divulgar sua presença no estádio, temendo vaias e críticas.

Após a partida, apenas divulgou nota em que disse compartilhar, "como torcedor e como brasileiro", a frustração diante do resultado. Nesta quinta, no Espírito Santo, o tucano voltou ao tema.

"Todos nós estamos tristes com o resultado. Estive lá, como torcedor, atônito com o resultado, e nunca misturei as coisas. Mas aqueles que esperavam fazer da Copa, como disse a presidente, uma belezura para influenciar nas eleições, vão se frustrar."

O termo "belezura" citado pelo tucano foi usado pela presidente na véspera da eliminação da Copa, em um bate-papo com internautas.

Ao responder a uma eleitora que chamou a realização do Mundial de "belezura" contra "tanto urubu agourento", Dilma disse: "Belezura mesmo. Azar dos urubus".

O Planalto não quis se manifestar sobre as declarações de Aécio. No Rio, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) disse não ver sentido no vínculo entre Copa e eleição. "Acho totalmente desprezível esse tipo de fala, própria de quem precisa arrumar uma linha por dia para aparecer na imprensa", disse.

Para Carvalho, "vai se dar mal quem acha que uma derrota dessa muda a eleição".

Na quarta-feira (9), o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), fez avaliação semelhante e afirmou que a população sabe separar eleição e futebol. "Não tem nada a ver com eleição. Há um momento de ressaca e tristeza, mas a eleição é só daqui a três meses."

ATAQUES NA COPA

Os ataques de Aécio são mais um capítulo da troca de farpas entre o Planalto e oposição durante a Copa.

Em junho, quando Dilma foi xingada no Itaquerão, o tucano primeiro disse que a petista "colhia um pouco daquilo que plantou". Diante da repercussão negativa dos palavrões contra a presidente, ele baixou o tom e disse que nenhuma crítica poderia ultrapassar o "respeito pessoal".

Pesquisa Datafolha do início deste mês mostrou Dilma com 38% das intenções de voto, 18 pontos à frente de Aécio (20%). Eduardo Campos (PSB) vem a seguir, com 9%.

Nesta quinta-feira, Campos afirmou que a hora é de ver o que deu errado: "O futebol brasileiro, assim como muitas coisas no Brasil, precisa se renovar".


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