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Ganenses usam Copa para pedir refúgio no país

Cerca de 200 vieram ao Brasil com visto para o Mundial, mas não tinham ingressos

PAULA SPERB COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM CAXIAS DO SUL (RS)

Cerca de 200 ganenses que entraram no Brasil com vistos para a Copa do Mundo agora pedem refúgio para ficar em definitivo no país.

As permissões foram concedidas com base na Lei Geral da Copa. Segundo a legislação, os turistas tinham que mostrar ingressos ou comprovantes da Fifa para serem autorizados a entrar.

Nenhum deles, porém, possuía ingresso nem sequer tentou assistir a alguma partida de Gana no Brasil, segundo disseram à Folha.

Enquanto o time jogou em Brasília, Fortaleza e Natal, o grupo desembarcou em São Paulo e seguiu para o Sul. Primeiro, eles passaram por Criciúma (SC), onde buscaram empregos em frigoríficos.

Lá, porém, foram orientados a seguir para Caxias do Sul (RS), onde teriam mais chances de conseguir a legalização por meio da Polícia Federal. O caminho é o mesmo usado por senegaleses e haitianos nos últimos meses.

"Não me perguntaram nada", diz Isaac Yahya, 34, sobre os ingressos para a Copa. Ele é viúvo e deixou um filho em Gana para procurar trabalho no Brasil.

Isaac recebe assistência do Centro de Atendimento ao Migrante, ligado à Igreja Católica, e dorme em um abrigo improvisado em um ginásio.

Ao pedir refúgio, eles relatam pobreza, violência entre tribos e perseguição religiosa. Uma das poucas mulheres do grupo, Amina Abdul Malik Bansi, 32, diz que fugiu após ser ameaçada de morte pela própria família. "Sou islâmica e quero casar com um cristão. Então, saí de casa."

Na Polícia Federal, os refugiados recebem um protocolo do pedido de refúgio, que lhes garante um ano de permanência no país, enquanto esperam o pedido ser avaliado pelo Ministério da Justiça.

CONCESSÕES

O Itamaraty e a Embaixada de Gana no Brasil dizem que todos os 7.448 vistos emitidos para ganenses seguiram as regras determinadas pela Lei Geral da Copa.

A Chancelaria brasileira diz que os estrangeiros sem ingressos para jogos tiveram que seguir "trâmites regulares" para obter os vistos.


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