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Eleições 2014

Ministro pressiona para ficar no governo

Criticado por assessores de Dilma, Gilberto Carvalho diz que quer ajudar na eleição fora dos horários de expediente

Equipe da petista prefere que ele deixe o Planalto e passe a integrar o comitê da campanha à reeleição

VALDO CRUZ ANDRÉIA SADI DE BRASÍLIA

Às vésperas de ter seu futuro decidido e criticado reservadamente por assessores da presidente Dilma, o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) disse à Folha que sua disposição e desejo é de ficar no governo até o final, ajudando na eleição nos horários fora do expediente.

"Minha disposição é de seguir fazendo meu trabalho no governo, acho que posso ser mais útil daqui, mas essa decisão não é minha, é da presidenta. Ela pode avaliar que precisa de mim no comitê", afirmou o ministro.

Amigo de Lula, de quem foi chefe de gabinete, Carvalho nunca teve relação muito próxima a Dilma. Ela não gostou de declarações recentes do ministro sobre as vaias dirigidas à petista na abertura da Copa --para Carvalho, elas não vieram só da "elite branca".

A própria presidente manifestou seu descontentamento com a fala do ministro durante entrevista para a GloboNews. Na avaliação de amigos, ele está sendo pressionado a deixar o governo e sua fala, ao dizer que prefere ficar no Planalto, é uma mensagem à chefe.

Entre petistas ligados a Carvalho, a avaliação é que a equipe de Dilma prefere que ele deixe o governo e passe a integrar o comitê. Um deles chega a dizer que os dilmistas querem vê-lo fora do governo e que ele representaria um "incômodo" para uma equipe onde todos controlam o que dizem por medo da chefe, menos ele.

Carvalho diz que, na próxima semana, apresentará ao presidente do PT, Rui Falcão, coordenador do comitê, um plano de trabalho com dedicação à campanha à noite e nos finais de semana. O ministro acredita que sua situação será definida até a próxima semana.

O entorno de Dilma defende a ida dele para a campanha com o objetivo de negociar com os movimentos sociais e religiosos. Para justificar a defesa, coordenadores lembram do pepino que foi a discussão com movimentos religiosos sobre aborto, debate que quase custou a eleição de Dilma em 2010.

Na campanha, a estratégia é que a presidente Dilma só deve vestir o figurino de candidata na rua entre a última semana de julho e a primeira de agosto. O Palácio do Planalto quer aproveitar ao máximo a agenda de estadista'' da petista nesta semana de encontros bilaterais.

Segundo a Folha apurou, a ideia é poupar a presidente do corpo a corpo por pelo menos mais uma semana.

CHEFES DE ESTADO

O roteiro começou no final de semana, quando Dilma recebeu chefes de Estado antes da final da Copa, no Rio, e seguiu nesta terça-feira com a reunião dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), em Fortaleza.

Ainda estão previstos para esta semana a visita de Estado do presidente chinês Xi Jinping e reunião com o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso.

Ao explorar essa agenda e deixar a campanha de rua para mais tarde, os coordenadores da campanha acreditam que Dilma vai se destacar dos principais concorrentes em uma área onde, nas palavras de um interlocutor presidencial, eles não tem visibilidade.


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