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Janio de Freitas

Um caso difícil

As investigações sobre as pretensas ações violentas no Rio precisam se amparar em provas convincentes

Pedido de asilo político em pleno Estado de Direito é, entre outros possíveis significados, um ato de originalidade. O ato da ativista Eloísa Samy, com outros apontados adeptos dos "black blocs", tende a acirrar o nada original choque de opiniões entre autoridades do Judiciário e, também, de uma ou outra daquelas com autoridades policiais. O desenrolar do inquérito sobre pretensas ações de violência para o último dia da Copa está agitado em variadas direções e gravidades.

As informações encaminhadas à Justiça, das quais resultou a decretação de prisões, são apenas parte, em dois sentidos, do trabalho da polícia do Rio no caso: nem tudo o que já é conhecido foi encaminhado, restando material para complementações e conexões, e há outras linhas de fatos, personagens e respectivas investigações. Alguns desses fatos, na visão policial, talvez com nível de gravidade acima do que já foi noticiado sobre intenções e preparativos de atos de violência, como o imaginado incêndio da Câmara Municipal carioca e o preparo de explosivos.

A natureza desse caso, com implicações diretas em princípios do Estado de Direito, torna indispensável que as investigações e as conclusões policiais sejam tão precisas quanto possível, e amparadas em comprovações convincentes. Cuidados, estes, devidos não só pelos condutores policiais das investigações, como em geral se considera, mas também pelo Ministério Público e pela Justiça.

PREFERÊNCIAS

É um tanto precipitada a euforia de Aécio Neves por seu empate técnico com Dilma Rousseff no segundo turno, conforme dedução baseada em números do recente Datafolha.

Esse empate resulta da soma da margem de erro ao total de Aécio e da retirada da mesma margem no total de Dilma. Ou seja, a margem de erro é aplicada só a favor de um, e contra o outro. Assim os 40 pontos de Aécio sobem para 42 e os 44 de Dilma descem para 42.

Empates com esse jogo de números podem ter influências no eleitorado indeciso. Mas são apenas questão de preferência. Se o mesmo jogo for feito em favor de Dilma, tem validade idêntica ao favorável a Aécio, porém derrubando-o: os 44 dela sobem para 46 e os 40 dele descem para 38.

Se feito em favor de Eduardo Campos, o jogo o elevaria a condições já promissoras para um segundo turno, o que, até agora, não é propriamente verdadeiro. Dilma desceria dos seus 45 para 43 pontos e Eduardo subiria para 40. E adeus Aécio.

HIPOCRISIAS

A dedução mais razoável incrimina os rebeldes ucranianos na derrubada do Boeing da Malaysia Airlines, com armamento fornecido pela Rússia. Mas não foi em provas que Barack Obama se baseou para transformar tal hipótese em acusação explícita a Vladimir Putin. Baseou-se no cinismo que rege a política internacional e no seu próprio.

Em menos de duas semanas morreu em Gaza o equivalente aos ocupantes de dois Boeings idênticos àquele. Mortes com bombas fornecidas a Israel pelos Estados Unidos e lançadas por caças F-16I fornecidos a Israel pelos Estados Unidos.

O Iraque está em terrível guerra interna com armas fornecidas pelo governo de Barack Obama, acompanhadas dos instrutores com quem os atuais beligerantes se prepararam. O Taleban mantém o Afeganistão incandescente, e a Al Qaeda difundiu o terror no mundo com armas e instruções proporcionadas pelos Estados Unidos.

Tudo isso é passível de ser considerado crime de guerra.


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