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Janio de Freitas

São números ao vento

A campanha ainda não entrou no estágio em que a maioria presume o que cada candidato representa

A grande disparidade entre as tendências captadas pelos mais recentes Datafolha e Ibope, para um eventual segundo turno de candidatos à Presidência, parece um contrassenso sem utilidade alguma para a compreensão da disputa eleitoral. Tanto mais se observada a semelhança dos índices, nas duas pesquisas, das votações nos três principais candidatos se a eleição fosse agora. A disparidade tem, no entanto, um significado útil e pouco presente nas atuais apreciações da disputa.

A campanha eleitoral está apenas nos primeiros passos. Campanha explícita, de ação direta de busca do voto, só Aécio Neves e Eduardo Campos a fazem. Dilma Rousseff ainda está na propaganda enviesada que os atos de governo representam. Entre aqueles dois a diferença também é expressiva, com Aécio em atividade intensa e grande projeção na imprensa, e Eduardo ainda fazendo pouco mais do que marcar presença. Dilma, diferentemente dos dois, está sob ataque constante dos meios de comunicação, por meio do noticiário negativo sobre o seu governo.

A disparidade das pesquisas demonstra que a maioria do eleitorado, e não só os que se reconhecem indecisos, está apenas precariamente definida: capaz de palpitar um nome para agora, mas, se posto o olhar na hora decisiva, sem segurança para mantê-lo. A razão disso: a campanha não entrou no estágio em que a maioria eleitoral presume o que cada candidato representa, e pode indicar a sua escolha com razoável coerência, inclusive entre o primeiro e o segundo turnos.

Por ora, tudo na e sobre a disputa é vaporoso.

A FUGA

Sob o título "Tucano diz que petistas estão por trás da denúncia", "O Globo" noticia palavras de Aécio Neves sobre a reportagem da Folha que revelou a escolha de terras da sua família para a construção, durante o seu governo, de um aeródromo. O trecho que interessa no que disse: "A campanha começou como nossos adversários gostam, com mentiras e ataques à honra. Essa é uma praxe do PT".

Esse truque ordinário de atribuir comprometimento do jornalista com o PT sempre responde a uma revelação com duas: o embaraço do personagem para explicar a notícia indesejada, o que é bastante sugestivo, e a índole pessoal com que apela para a difamação. Lucas Ferraz é um dos expoentes na nova geração de repórteres, pela competência com que busca e trabalha a informação, e pela integridade profissional. É uma bobice mentirosa sugerir qualquer ligação da reportagem sobre o aeródromo de Aécio com o PT, ou outro partido ou interesse.

À PARTE

Verdadeira ou apenas falácia política, a oferta de dinheiro divulgada pelo deputado José Augusto Maia (Pros), para juntar seu partido à coligação do candidato Paulo Câmara ao governo pernambucano, cabe desde logo em uma certeza: a esta altura, corre muito dinheiro fácil por apoios lá ou acolá.

Mas importante, no caso em questão, é que nada existe na história contada por Maia, nem o menor indício, que envolva Eduardo Campos com a alegada transação financeira, suborno ou que nome receba. O fato de que Paulo Câmara seja, por indicação de Eduardo Campos, o candidato do PSB, não o liga necessariamente ao que se passe em torno do seu indicado.

Não há dúvida, porém, de que esse caso requer uma investigação séria, sem excluir o próprio José Augusto Maia.


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