Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Poder

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Janio de Freitas

O uso da força

Porta-voz não definiria Brasil como 'anão diplomático' se não fosse instruído por ministro

O Brasil não fez mais do que seguir a ONU ao externar posição contra "o uso desproporcional da força" pelos militares de Israel no ataque à Faixa de Gaza. E o fez de maneira muito mais branda e contida do que a ONU, que aprovou uma "investigação de crimes de guerra" de Israel. O próprio ministro das Relações Exteriores no governo Fernando Henrique, Luiz Felipe Lampreia, que não reflete simpatia pelas políticas externas dos governos Lula e Dilma Rousseff, considerou a nota brasileira "adequada até porque estamos vendo um protesto generalizado, inclusive da ONU".

Óbvio embora, não custa registrar que a decisão da ONU teve um voto contrário nos 46 do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas. O dos Estados Unidos, na sua condição de tão ou mais responsável do que qualquer outro pela situação várias vezes condenada na ONU: as hostilidades não se prolongariam, já em invariáveis 66 anos, sem o anteparo aos radicais da direita israelense por conveniências, financeiras e eleitorais, de senadores e governantes americanos.

A resposta israelense ao Brasil, com força coerentemente desproporcional, não tem a desimportância que o assessor presidencial Marco Aurélio Garcia quis lhe dar, nem foi a voz só "do sub do sub do sub" na Chancelaria de Israel. O porta-voz Yigor Palmor não definiria o Brasil como "irrelevante anão diplomático" se não instruído por seu chefe Avigdor Lieberman, o ministro das Relações Exteriores tão extremista que nem se dá com o direitista primeiro-ministro Netanyahu.

O Brasil não tem por que rever sua atitude, mas há um problema, sim, e é necessária habilidade ao conduzir-se nele. Seja para não internalizar esse problema, risco aberto pela ativa direita da colônia judaica, seja para preservar a possibilidade de colaborações atenuadoras das hostilidades. Se os meios de comunicação deixarem ao menos esse assunto fora da sua pauta eleitoral.

O USO DA FORÇA

A agenda da Frente Independente Popular, ou FIP das manifestações com violência, foi definida enquanto a moça Sininho e outros integrantes estavam presos: retorno às ruas "para destruir o Estado", recusar qualquer negociação em torno de prisões, elaborar "punições para juízes" que prendam militantes da Frente, enfrentar a polícia e, além de mais, perturbar atos da campanha eleitoral.

A agenda foi comunicada, a meio da semana, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, a UERJ, onde se encontram, como alunos e professores, componentes das quatro ou cinco dezenas de militantes destacados da FIP.

O USO DA FORÇA

A ABI sucumbe em triste luta de correntes, sem sequer representar os jornalistas, quanto mais algum papel de interesse público. A CNBB está em compreensível recolhimento, dedicadas as suas atenções às mudanças que o papa Francisco traz não só para a Igreja Católica. Mas a OAB vem com uma revolução de conceitos, ao que se depreende de sua seção no Rio: em referência às manifestações de rua violentas, exige da polícia a ação preventiva, mas acusa-a de arbitrariedade por haver prendido ativistas antes que fizessem manifestação (na véspera da final da Copa).

O USO DA FARSA

Até que o Brasil melhorou na escala mundial do Índice de Desenvolvimento Humano. Mas como dar importância a um índice de desenvolvimento humano em que, por exemplo, a Arábia Saudita figura no nível "muito alto", uma ditadura, em que a grande riqueza nacional do petróleo vai toda para uma pretensa nobreza, onde mulheres não têm direito sequer de dirigir automóvel, as leis penais são do gênero medieval? Em desenvolvimento humano, a Arábia Saudita é um vasto deserto.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página