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Ilustrada em cima da hora / Flip 2014

Debate sobre jornalismo domina quarto dia de festival literário

Norte-americano Glenn Greenwald critica reportagens feitas por grandes veículos de comunicação

Clóvis Rossi defende que jornalistas saiam às ruas; David Carr ressalta importância de contar histórias pessoais

CRISTINA GRILLO FERNANDA REIS MARCO RODRIGO ALMEIDA SYLVIA COLOMBO ENVIADOS ESPECIAIS A PARATY (RJ)

Autor da série de reportagens que revelou documentos secretos da NSA vazados pelo ex-agente Edward Snowden, o jornalista norte-americano Glenn Greenwald criticou, em sua participação na Flip, na manhã deste sábado (2), o jornalismo feito pelos grandes veículos de comunicação.

Foi um dia em que temas ligados ao jornalismo predominaram. Ainda pela manhã, na Casa Folha, o colunista e escritor Ruy Castro tratou das disputas entre biógrafos e biografados em conversa mediada pela jornalista Thais Bilenky.

Mais tarde, no mesmo lugar, o colunista Clóvis Rossi disse que ir à rua é a melhor forma de exercer o jornalismo. "É a graça da profissão. O que me atrai mais nela é a possibilidade de ser testemunha ocular da história." Rossi debateu com o editor-executivo da Folha, Sérgio Dávila.

A exemplo do que fez em seu livro, "Sem Lugar Para se Esconder", Greenwald repetiu as acusações contra o "The New York Times". Em sua opinião, o jornal adotou a postura das grandes corporações, expondo os dois lados de um determinado tema, sem, no entanto, investigar o que há de verdadeiro ou falso neles.

Para Greenwald, o jornalismo que expõe dois lados só serve para consolar, e não tem valor. "Não há jornalistas sem opinião. A questão é se você as expõe ou finge que não as tem e engana seus leitores."

Como exemplo, o jornalista mencionou os conflitos na faixa de Gaza. "Os israelenses matam 900 civis, mulheres, homens, crianças; os palestinos mataram 56 pessoas, 53 delas soldados. Mas os jornais chamam de terroristas os palestinos", disse, sob aplausos.

Greenwald dividiu a mesa com o documentarista e escritor norte-americano Charles Ferguson, vencedor do Oscar de documentário em 2010 com "Trabalho Interno", sobre a crise econômica de 2008.

Os debatedores têm em comum a preocupação com a impunidade com que temas como a tortura e a espionagem --no caso de Greenwald-- e fraudes financeiras --tema de Ferguson-- vêm sendo tratados. "Pessoas poderosas cometem crimes extremos e não sofrem qualquer consequência", disse Greenwald.

"O que houve em 2008 foi uma gigantesca fraude criminosa. Obama sempre diz que houve coisas erradas, mas não criminosas. Ele não é um idiota. Sabe que está mentindo", disse Ferguson, aplaudido.

Pela manhã, em conversa com o público na Casa Folha, o colunista Ruy Castro disse acreditar que hoje a situação é mais favorável aos biógrafos do que era há alguns anos. Para ele, há mais iniciativa por parte da sociedade para defender a liberdade de expressão.

Em mesa à noite, o colunista de mídia e cultura do "New York Times", David Carr, autor de um livro em que relata a recuperação do vício em drogas, e a jornalista argentina Graciela Mochkofsky ressaltaram a importância de contar histórias pessoais como forma de reflexão sobre a sociedade.


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