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Eleições 2014

Dilma se irrita e dá resposta confusa sobre articulação do governo em CPI

Presidente afirmou que Planalto não é 'expert em petróleo e gás' para formular perguntas da área

Número 2 das Relações Institucionais afirma ser sua atribuição na CPI falar com estatal e parlamentares da base

DE BRASÍLIA

A presidente Dilma Rousseff mostrou irritação e deu uma resposta confusa ao falar sobre a interferência de assessores do Palácio do Planalto nos trabalhos da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) criada para examinar negócios da Petrobras.

A Folha mostrou na quarta-feira (6) que Luiz Azevedo, número 2 do ministro Ricardo Berzoini (Secretaria de Relações Institucionais), responsável pela articulação política do governo com o Congresso, ajudou a elaborar o plano de trabalho da CPI.

Paulo Argenta, outro assessor da SRI, também atuou para evitar que a comissão saísse do controle do governo.

Questionada sobre o tema após sabatina na CNA, Dilma disse que o Planalto não é "expert em petróleo e gás".

Para ela, que foi presidente do Conselho de Administração da estatal, não faria sentido integrantes do Planalto terem atuado, porque somente pessoas do setor de petróleo ou da própria empresa teriam conhecimento técnico para elaborar perguntas sobre os temas da CPI.

"Eu acho extraordinário. Primeiro porque o Palácio do Planalto não é um expert em petróleo e gás. Expert em petróleo e gás é a Petrobras. Eu queria saber se você podia me informar quem elabora perguntas sobre petróleo e gás para a oposição também", disse Dilma, irritada.

Antes de deixar o local, voltou ao tema voluntariamente: "não é o Palácio do Planalto e nenhuma sede de nenhum partido. Quem sabe das perguntas de petróleo e gás, só tem um lugar no Brasil, eu diria. Não diria um. Diria vários lugares no Brasil. A Petrobras e todas as empresas de petróleo e gás".

A presidente afirmou que há "assimetria de informação entre nós mortais e o setor de petróleo", que é "extremamente complexo tecnicamente e oligopolizado". E encerrou dizendo achar "estarrecedor que seja necessário alguém de fora da Petrobras formular perguntas para ela".

O candidato tucano ao Planalto, Aécio Neves, disse que, se confirmada a atuação de assessores do Planalto para blindar depoentes, o governo terá cometido um "crime".

"Acusações extremamente graves apontam agora para a cozinha do Planalto. É possível não saber o que se passa fora da sua casa, mas é impossível desconhecer o que ocorre dentro da sua cozinha."

O candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, chamou de "vergonha" o episódio. "O Planalto, ao agir dessa forma, demonstra que está preocupado em que a verdade não se coloque. Quando você precisa treinar é por que você vai mentir."

Em nota, Luiz Azevedo, secretário-executivo da Secretaria de Relações Institucionais, disse que não deve "se omitir de participar dos debates com parlamentares, inclusive para a formação do roteiro e da estratégia dos trabalhos".

Azevedo diz possuir "duas atribuições fundamentais" em relação à CPI: ter "relação com a estatal, para que a mesma atenda de forma organizada as demandas" da comissão e manter relação com os parlamentares governistas.


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