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Foco

Campanha de Pernambuco paga R$ 30 por dia para "homens-cartazes" ambulantes

FABIANO MAISONNAVE ENVIADO ESPECIAL AO RECIFE DANIEL CARVALHO DO RECIFE

Em maio deste ano, Souza de Andrade, 22, trabalhava na construção de um edifício de cinco andares na região de Prazeres (Grande Recife), quando foi dispensado com outros 24 pedreiros.

"O mestre de obras é sobrinho de um deputado federal de Lagoa do Carro [60 km do Recife]. Aí ele botou a gente pra fora e colocou a turma dessa cidade pra ganhar voto. Quando a eleição acabar, ele disse que põe a turma pra fora e põe a gente de novo. É tudo malandro", explicou à reportagem, enquanto esperava a luz vermelha do semáforo na avenida Boa Viagem, zona nobre do Recife.

A campanha eleitoral que tirou o emprego de Andrade acabou lhe dando outro trabalho: o de cabo eleitoral.

Com uma novidade, no entanto: por meio de uma espécie de mochila, ele carrega nas costas um cartaz em formato de pirulito com a foto do candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos.

Quando o semáforo fecha, Andrade tem 20 segundos para entregar a motoristas panfletos da campanha de Campos e de seu candidato a governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB).

REFORÇO NA RENDA

Por uma jornada de oito horas diárias de trabalho, ele recebe R$ 30, um reforço na renda familiar. Casado, é pai de um filho de dois anos. A mulher, desempregada, está inscrita no Bolsa Família.

O pagamento como cabo eleitoral é pouco acima do salário mínimo diário (R$ 24,13). Andrade ganha almoço, transporte e água e tem direito a descansar das 12h às 14h.

O surgimento de "homens-mochila" é a grande novidade das eleições deste ano em Pernambuco. Somente o candidato a governador Armando Monteiro (PTB), adversário político de Campos, colocou na rua 164 "walk-banners" --como sua campanha chama os cabos eleitorais com mochilas nas costas atadas e cartazes.

Outra inovação é o uso de jangadas. O petebista, por exemplo, contratou 50 barcos para desfilar com bandeirões com sua propaganda.

O uso dos homens-mochila e das jangadas foi a maneira encontrada pelos candidatos para fugir das críticas contra cavaletes e bandeirões montados nas calçadas das avenidas, que perderam força nesta campanha, mas ainda são usados.


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