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Contadora diz que MA furou fila de precatório

Empreiteira conseguiu antecipar recebimento de R$ 120 mi em troca de propina de R$ 6 mi, afirma ex-auxiliar de doleiro

UTC/Constran nega e diz ter firmado acordo com a gestão em 2013, seguindo 'todos os 'trâmites legais'

DE SÃO PAULO

O governo do Maranhão recebeu R$ 6 milhões em propina para furar a fila de pagamento de precatórios e antecipar um pagamento de cerca de R$ 120 milhões para a empreiteira UTC/Constran, segundo a contadora Meire Poza, que trabalhou com o doleiro Alberto Youssef.

Segundo ela, um funcionário de Youssef que foi entregar R$ 300 mil na sede do governo do Maranhão foi questionado por um assessor do governo. O assessor "teria dito que o valor era pouco e que teria de consultar a governadora para saber se ela aceitava apenas esse recurso", disse a contadora, referindo""se a Roseana Sarney (PMDB).

Os detalhes sobre o pagamento do precatório foram revelados nesta segunda (11) pelo "Jornal Nacional".

Furar fila de precatório caracteriza, em tese, crime de responsabilidade, um dos motivos que podem levar ao impeachment de governador. Roseana já anunciou que abandonará a vida política.

Youssef estava em São Luís cuidando desse negócio quando foi preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, em 17 de março, diz a contadora. Segundo ela, o doleiro recebeu 15% pela operação, o equivalente a R$ 18 milhões.

A Constran teria contratado o doleiro para obter o precatório porque não conseguia receber do governo pela pavimentação de estrada que executara nos anos 1980.

A contadora diz que ficou sabendo de detalhes da história por meio de um diretor da Constran chamado Augusto Pinheiro.

Um desses detalhes é que Youssef teria deixado um pacote com R$ 1,4 milhão com um homem chamado de Marcão no dia em que ele foi preso em São Luís.

Segundo a contadora, Marcão teria parentes ou conhecidos no governo do Estado.

Meire citou alguns integrantes do governo do Maranhão que estariam envolvidos no esquema: João Guilherme, da Casa Civil, Roberth Bringel, assessor da gestão, Maria da Graça Marques Cutrim, do Instituto de Previdência do Estado, e a procuradora Helena Maria Cavalcante Haickel.

OUTRO LADO

A Folha não conseguiu localizar assessores de Roseana Sarney na noite desta segunda-feira (11), na sede do governo maranhense.

A Constran afirma, em nota, que não furou a fila dos precatórios, como afirmou a contadora no depoimento à Polícia Federal.

"Como é de conhecimento público, a empresa celebrou, de forma transparente, um acordo com o governo do Maranhão em 12 de novembro de 2013 para receber por obra realizada em 1988. O acordo foi realizado seguindo todos os trâmites legais e respeitou todos os prazos estabelecidos pela lei."

A empreiteira diz repudiar a "tentativa de relacioná-la ao pagamento de propinas".


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