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Multidão enfrenta filas de até 5 h para ver caixão

FABIANO MAISONNAVE ANDRÉ UZÊDA

Vestido com a camisa que ganhou no funeral do governador Miguel Arraes (1916-2005), avô de Campos, o cabeleireiro Luciano Viana, 49, enfrentou cerca de cinco horas na fila para ver o caixão. "O gosto por Arraes passou pro Eduardo", disse.

A catadora de latas Maria Zelma da Conceição, 40, de Igarassu (Grande Recife), passou a noite chuvosa na praça diante do palácio.

O bacamarteiro Manoel Luiz da Silva comandou sua "tropa" de seis soldados e, em trajes tradicionais, aproveitou o ônibus disponibilizado pela Prefeitura de Bonito (130 km do Recife) para a última homenagem.

A comunidade Ilha de Deus, que vive da pesca e da coleta de caranguejos nos manguezais do Recife, lotou pequenos barcos e navegou em procissão até os canais do centro --o governo Campos (2007-2014) urbanizou o antigo labirinto de palafitas.

Nessa multidão com motivações diversas e de pessoas saídas desde o mangue ao sertão do Araripe, as semelhanças estavam na origem pobre e na pele entre morena e negra. E também na paciência para esperar em uma fila que serpenteava pelo centro da cidade em troca de segundos sobre o caixão fechado.

Os únicos momentos mais tumultuados foram na entrada do cemitério, que ficou pequeno para tanta gente, gerando empurra-empurra.

INTIMIDADE

Ao contrário do avô, chamado respeitosamente de "doutor Arraes", Campos é simplesmente "Eduardo" para os pernambucanos.

Na fila, muitos compartilhavam histórias de intimidade, inclusive exibindo fotos ao lado de governador em eventos públicos.

Gente como a bailarina Jaciara Shiranushy, 76, que andava pelo cemitério com fotos ao lado de Campos em uma cerimônia. "Eu o conheçia desde os 14 anos, era vizinha do doutor Arraes", explicou. "Eu o chamava de Duduzinho do olho azul."


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