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Unicamp mantém distinção a Jarbas Passarinho

Em protesto, professor devolveu homenagem que compartilhava com ex-ministro da ditadura

LUCAS SAMPAIO DE CAMPINAS

A manutenção, por um voto, da distinção máxima da Unicamp a Jarbas Passarinho, ex-ministro do regime militar, abriu um debate inflamado na universidade.

Um dos 15 ministros que assinaram o AI-5 (Ato Institucional nº 5), que endureceu a repressão no país em 1968, Passarinho, 94, recebeu o título de Doutor Honoris Causa quando era ministro da Educação, em 1973.

Terceiro dos 27 agraciados pela Unicamp com o título, Passarinho tem ao menos 13 distinções idênticas por outras universidades.

Quatro das 22 unidades de ensino e pesquisa da Unicamp tentaram revogar a homenagem. Precisavam de 50 dos 75 votos do conselho universitário, órgão máximo de deliberação, e obtiveram 49.

A manutenção do título motivou um abaixo-assinado contra a decisão, hoje com 1.300 assinaturas, e fez com que o médico e professor Bernardo Vargaftig, que recebeu a distinção em 1991, devolvesse seu título em protesto. "Quis mostrar minha indignação da forma mais marcante", disse ele à Folha.

A Comissão da Verdade e Memória da Unicamp apoiou a moção pela anulação da homenagem a Passarinho e a decisão de Vargaftig.

Em nota, a Unicamp afirmou "que respeita a opinião de todos que se manifestaram sobre o tema, mas entende que o conselho universitário é soberano em sua decisão".

A Folha tentou falar com Passarinho, mas pessoas próximas a ele disseram que seu estado de saúde é delicado. "Estamos muito tranquilos sobre o que ele representou para o país e tudo o que ele fez", disse sua filha Júlia Maria Passarinho Chaves, 63.


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