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Análise - Eleições 2014

'JN' incutiu 3 temas ruins na campanha de Marina

Jornal fez o que rivais da candidata ainda não tiveram coragem de fazer

RICARDO MENDONÇA DE SÃO PAULO

Depois de lembrar que Beto Albuquerque, seu vice, articulou a aprovação da lei da soja transgênica, defendeu pesquisas com células-tronco embrionárias e recebeu doações de fabricantes de armas e bebidas --tudo na contramão de sua pregação--, William Bonner olhou sério para Marina Silva e perguntou:

"Esses exemplos não mostram que Marina e Beto Albuquerque são aquela união de opostos tão comum da velha política, apenas para viabilizar uma chapa, uma eleição?"

A pergunta é ruim, pois, da forma como foi feita, só comporta uma hipótese de resposta por parte da entrevistada/acusada: "Não".

É claro. Mesmo se a vice de Marina fosse a senadora Kátia Abreu, a pugnaz líder dos ruralistas, parece óbvio que, confrontada assim, a ex-ministra do Meio Ambiente jamais responderia algo como "é mesmo, Bonner, você tem razão, isso tudo que você falou de mim é uma grande contradição e um exemplo lamentável da velha política".

Mas se não serve para extrair uma informação, a pergunta não deixa de se prestar a outras coisas importantes. A principal, no caso, é atrelar o tema à candidata. Com boa vontade, dá para dizer que é o jeito que o "Jornal Nacional" encontrou para transmitir uma (ou sua) informação.

Com esse método, Bonner e Patrícia Poeta foram bem-sucedidos na tarefa de inocular três temas insalubres na campanha de Marina: 1) a existência do vice que depõe contra o discurso na "nova política"; 2) o fantasma do avião do PSB comprado por "laranjas"; e 3) sua baixa popularidade no Acre, seu berço eleitoral, região onde é bem mais conhecida.

O "JN" fez aquilo que, no debate ou no horário eleitoral, os rivais de Marina não tiveram coragem de fazer.


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