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Demanda por cargo auxiliar é alta, diz MEC

Para ministério, cursos rápidos permitem democratização de acesso para quem não tem escolaridade mais alta

Professor da UnB diz ser provável uma eficácia limitada, mas que eles 'podem dar alguma contribuição'

DE BRASÍLIA

A proporção pequena de matrículas em cursos técnicos no total do Pronatec já era esperada, de acordo com o Ministério da Educação.

Aléssio Trindade, secretário de educação profissional e tecnológica do MEC, afirma que o planejamento do governo leva em conta os estudos da indústria brasileira que indicam demanda alta para cargos de auxiliares.

"Os cursos de qualificação permitem uma maior democratização de acesso para as pessoas que ainda não têm a escolaridade mais alta de nível médio", argumenta.

"Além disso, os [quase] 30% de técnicos [no total das matrículas] são muito relevantes para a base instalada do país", diz Trindade.

LABORATÓRIOS

Parte da dificuldade em deslanchar as matrículas nos cursos técnicos pode ser atribuída à característica dos programas, que exigem laboratórios e professores mais especializados do que nos cursos de formação.

Além de custear as aulas, o programa prevê investimentos federais em novas escolas técnicas.

Outro empecilho tem sido a taxa de abandono, que, segundo o Ministério da Educação, está em 13%.

Considerando ainda a média de reprovações, dos 7,6 milhões de inscritos até julho deste ano, 1,8 milhão se formarão em cursos técnicos especificamente.

EFICÁCIA LIMITADA

"Mover um dinossauro como esse é um troço muito difícil de fazer. A questão central é ter gestores para tocar o Pronatec em número suficiente, professores de alto nível para os alunos aprenderem coisas que não têm ideia. Você não tem isso aqui nem em nenhum lugar do mundo", diz Jorge Arbache, professor do departamento de economia da UnB (Universidade de Brasília).

Segundo ele, é provável que esses cursos tenham eficácia limitada, mas podem exercer uma função.

"Num país onde o setor privado se engaja pouco, a escola não fez o dever de casa, esses cursos, se razoavelmente dados, podem dar alguma contribuição", afirma.

Instituições que oferecem os dois tipos de curso observam ainda que a formação inicial pode ter o efeito de abrir as portas para o ensino mais qualificado.

"Há pessoas que nem sonhavam em pisar numa universidade. Recebem seu certificado e percebem que é possível. Temos exemplos de alunos que saíram do FIC [Formação Inicial e Continuada] e entraram no técnico e até mesmo no ensino superior regular", diz Fernando de Souza Bastos, coordenador dos cursos Pronatec na Universidade Federal de Viçosa (MG).

Tanto no caso dos cursos técnicos como nos de formação continuada mais rápida, os alunos estudam de graça, custeados pelo governo, e têm direito à alimentação, material e transporte.


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