Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Eleições 2014
Na TV, Aécio critica 'silêncio' de Marina sobre o mensalão
Isolado na 3ª colocação, tucano iniciou ofensiva contra ex-senadora no horário eleitoral vinculando-a ao PT
Durante compromissos em Minas, seu reduto eleitoral, Aécio pediu 'serenidade' e disse que é 'hora da virada'
Candidato do PSDB ao Planalto, Aécio Neves inaugurou nesta quinta (4) a prometida ofensiva na TV contra a ex-senadora Marina Silva, que disputa a Presidência pelo PSB.
O tucano levou ontem para o horário eleitoral o discurso que vinha ensaiando à imprensa nos últimos dias e acusou Marina de ter se calado, como ministra do PT, quando estourou o escândalo do mensalão.
"É importante que compreendamos de forma muito clara qual é a Marina que está disputando essas eleições", disse Aécio na propaganda. "Veio o escândalo do mensalão, que trouxe indignação a toda a sociedade. Onde estava Marina? Ministra de Estado [do PT]. Se indignou? Pediu pra sair? Não. Nos brindou com um obsequioso silêncio", emendou.
Ele procurou desconstruir a imagem de que Marina milita pela "nova política". "Naquele momento, não considerou o escândalo do mensalão como prática da velha política", afirmou.
Aécio traçou um histórico da ex-senadora e a vinculou a posições sectárias do PT. Lembrou que, no Congresso, ela foi contra o Plano Real quando este foi apresentado e que, seguindo o partido a que pertencia, também tentou barrar a Lei de Responsabilidade Fiscal.
A tentativa de nivelar Marina ao universo político e associá-la ao PT é parte da estratégia do tucano para tentar retomar votos antipetistas que migraram para a ex-senadora desde que ela assumiu a candidatura do PSB, após a morte de Eduardo Campos.
Ao entrar na disputa, Marina rebaixou Aécio para a terceira colocação e fez o tucano perder seis pontos percentuais nas últimas semanas, de 20% para 14% das intenções de voto, segundo o último Datafolha.
O tom adotado na propaganda balizou o discurso que Aécio fez em agendas nesta quinta, em Minas Gerais, seu reduto eleitoral.
"A verdade é que começam a aparecer semelhanças entre a candidatura oficial [a presidente Dilma Rousseff (PT)] e a candidatura oriunda do PT que se apresenta agora no campo oposicionista [Marina]", afirmou Aécio, em Belo Horizonte.
O senador, que tem usado o termo "metamorfose ambulante" para definir a pessebista, disse ainda que ela muda de posição ao sabor das circunstâncias.
"O que eu prego hoje é aquilo que pratiquei em 30 anos de vida pública", disse. Em Minas, voltou a dizer que Marina tem boas intenções, mas que não poderá cumprir as promessas que tem feito.
"Eu respeito as boas intenções da Marina, mas o conjunto das suas propostas é inexequível. Basta fazer as contas. Apenas no próximo ano teria R$ 150 bilhões a mais de gastos. Agora é a hora da verdade, e os brasileiros vão perceber de forma clara o que significa cada uma das candidaturas", disse. "Boas intenções todos nós temos", concluiu.
Durante o dia, pediu "serenidade" sobre os resultados das pesquisas e convocou a militância para "a grande virada". Além das dificuldades na candidatura nacional, Aécio tem tido problemas para emplacar seu candidato ao governo mineiro, Pimenta da Veiga (PSDB).