Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Poder

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Foco

Agricultor é um dos últimos a preservar seringal onde candidata do PSB nasceu

PATRÍCIA BRITTO ENVIADA ESPECIAL AO SERINGAL BAGAÇO (AC) FÁBIO PONTES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO SERINGAL BAGAÇO (AC)

A seis quilômetros de Breu Velho (AC), onde nasceu Marina Silva, mora o agricultor Francisco Xavier de Lima, 63, uma das poucas pessoas da região que ainda se lembram de ter convivido com a hoje candidata à Presidência.

As terras fazem parte do seringal Bagaço, na zona rural de Rio Branco, entre o rio Acre e as margens da BR-317. Marina morou ali ajudando a família na coleta de látex até 1974, quando se mudou para a área urbana de Rio Branco.

A reportagem encontrou o agricultor, conhecido como Chico Xavier, enquanto tentava chegar ao lugar exato onde Marina nasceu. Mas as estradas de terra em direção ao antigo Breu Velho terminam em duas fazendas de gado com os portões fechados.

"Ela nasceu ali, do outro lado do igarapé Iquiri. Hoje é tudo campo e fazenda. Só mora boi lá", aponta Chico. Assim como a família de Marina, ele vivia da venda da borracha extraída das árvores seringueiras. Hoje, praticamente não há seringais na região.

Sobre a agora candidata, Chico conta que se lembra de encontrá-la no "barracão", onde as famílias que viviam de extrativismo iam vender a borracha para os "patrões", os proprietários das terras.

"Todo mundo via a Marina lá. Era uma pessoa muito batalhadora, o pai dela também, só que era pobrezinho."

A terra de Chico Xavier é uma das poucas a manter as características de quando a extração do látex era a principal atividade econômica da área. São 65 hectares de floresta, uma fonte de água mineral e plantações variadas. Hoje, em vez da borracha, ele vende castanhas, mandioca, banana, abacate e caju.

Na época em que Marina viveu ali, o caminho da cidade ao seringal, de barco a remo, durava ao menos seis horas.

Além da mudança no acesso, o seringal está reduzido a metade do que já foi.Com a decadência do comércio da borracha, muitas terras foram compradas por fazendeiros e viraram pastos para gado.

Outras mudanças, segundo a líder da associação de moradores do Bagaço, Maria do Carmo de Oliveira Araújo, 50, foram para melhor. "Não existia essa estrada, não tinha luz, não tinha escola. Agora tem. E hoje a gente não toma mais água do rio: ou é do poço ou é da fonte."

Maria do Carmo se diz orgulhosa de Marina Silva. "Aqui nunca pensaram que ela ia chegar aonde chegou."


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página