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General tem culpa na morte de Paiva, diz grupo

Para Comissão da Verdade, Belham teve participação no desaparecimento do ex-deputado

DE BRASÍLIA

O coordenador da Comissão Nacional da Verdade, Pedro Dallari, afirmou, nesta terça (9), que o general reformado do Exército José Antonio Nogueira Belham, 79, tem responsabilidade na morte do ex-deputado federal Rubens Paiva, ocorrida durante a ditadura militar (1964-85).

"Belham não só era o comandante do DOI-Codi [centro de repressão do Exército] no Rio de Janeiro. Portanto, haveria aí uma responsabilidade objetiva, como ele estava no momento da morte de Rubens Paiva. Essa é a convicção da comissão", disse.

Belham alega, porém, que estava em férias quando Rubens Paiva foi preso e morto. Mas um documento apresentado pelo militar em sua defesa mostra que ele recebeu diárias para uma missão sigilosa durante alguns dias de janeiro de 1971, incluindo o dia 20 daquele mês --Paiva foi morto no dia seguinte.

Dallari comentou a participação do militar na morte de Paiva após o depoimento de Belham à comissão, realizado nesta terça em Brasília.

Em outro depoimento à comissão, também nesta terça, o coronel da reserva Pedro Ivo Moezia confirmou a existência de "castigo físico" contra esquerdistas realizada pela Polícia Civil de São Paulo durante a ditadura.

O coronel também afirmou ter havido uma estrutura paralela dentro das Forças Armadas para obter informações sobre organizações armadas de esquerda. Moezia negou, porém, a existência de sessões de tortura no DOI-Codi de São Paulo.

"Existem métodos mais persuasivos do que bater. Ninguém morreu ou foi assassinado no DOI-Codi enquanto estive lá. Houve, sim, morte por acidente, como ataque cardíaco", afirmou.

Moezia esteve no DOI-Codi do final de 1970 a meados de 1972, sob o comando do general reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra.

Num terceiro depoimento nesta terça, o advogado da União no Amapá, Carlos Orlando Fonseca de Souza, tratou da Guerrilha do Araguaia (1972-74). Recrutado para o serviço militar à época da guerrilha, Souza afirmou não ter visto tortura e deu sua versão sobre a morte da guerrilheira Helenira Rezende em 1972: ela teria recebido um tiro na perna, o que a levou à morte por hemorragia.

Dados históricos, porém, apontam que ela teria sido morta após três dias de tortura.


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