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Eleições 2014
Alckmin busca o apoio de prefeitos de coligações rivais
Governador teve encontros com membros de partidos aliados de Skaf e Padilha
Reuniões reservadas já renderam garantias de empenho de prefeitos do PR, PP, PDT e PC do B na campanha tucana
Na reta final da disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, o governador e candidato a reeleição Geraldo Alckmin (PSDB) deflagrou operação para conquistar apoios na base de sustentação dos principais rivais: Paulo Skaf (PMDB) e Alexandre Padilha (PT).
O alvo do tucano tem sido os prefeitos de siglas de coligações adversárias, numa tentativa de desidratar os oponentes e assegurar a vitória já no primeiro turno.
Nas últimas semanas, o governador realizou encontros reservados, na capital paulista, com prefeitos do PP e do PDT, siglas aliadas ao PMDB, e do PR e do PC do B, legendas coligadas com o PT.
"Ele afirmou que tinha ajudado as cidades e que gostaria de contar com o apoio", disse a prefeita de Américo de Campos, Maria Raglio (PP).
Segundo relatos dos prefeitos, o governador recebeu manifestações de apoio e promessas de empenho em sua campanha à reeleição.
As traições são motivadas pelo desempenho do tucano nas recentes pesquisas, que o mostram na lideranças isolada com 49% das intenções de voto, segundo o Datafolha.
Outro argumento usado pelos prefeitos é de que uma mudança no comando do Estado, na metade de seus mandatos, poderia prejudicar projetos já iniciados nos municípios em parceria com o governo estadual.
"A direção do partido não apoia nosso movimento porque tem acordo com o Padilha, mas a gente tem que reconhecer que há um bom governo", disse o prefeito de Salesópolis, Benedito Rafael da Silva (PR). "A troca no meio da nossa gestão traz muitos problemas para projetos que estamos tocando", afirmou.
A campanha do governador avalia que, apesar da ampla vantagem do tucano nas pesquisas de intenção de voto, ainda há espaço para mudanças no cenário eleitoral.
Em 2010, o governador tinha também 49% das intenções de voto nessa mesma época da disputa estadual. Ele ganhou as eleições no primeiro turno, mas com uma vantagem apertada.
"O governador é bom para a cidade. Não interessa o partido, interessa quem trabalhou para o município", disse o prefeito de Mendonça, Cyozi Aizawa (PP).
Na noite da quinta-feira (11), a Folha acompanhou a movimentação de reunião do tucano com prefeitos do PDT e do PC do B. Flagrada pela reportagem, a maioria dos prefeitos evitou falar sobre o encontro, mas houve quem manifestou apoio público.
"É o melhor candidato", disse o prefeito de Pracinha, Waldomiro Alves Filho (PDT).
Candidato ao Senado Federal pelo PSDB, José Serra também esteve presente.
Além de problemas com prefeitos, o PR, principal aliado de Padilha, também tem dificuldades para reforçar a agenda diária do candidato.
Sem participar das atividades, os líderes acabaram numa "campanha paralela", focada no interior. A justificativa é que seu eleitorado é diferente do petista, que se concentra na Grande São Paulo.