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Eleições 2014

Marina sempre foi 'diferente', dizem irmãs

Familiares de candidata que vivem em seringal se emocionam ao lembrar despedida dela rumo à capital, há 40 anos

Irmã chamava a atenção desde cedo, dizem Maria Deuzimar e Maria Lúcia; carreira da ex-ministra até hoje as surpreende

FABIANO MAISONNAVE ENVIADO ESPECIAL A RIO BRANCO (AC)

Foi em 1974, aos 16 anos, que Marina Silva partiu sozinha do seringal Bagaço rumo a Rio Branco, deixando para trás os seis irmãos e o pai viúvo. Quatro décadas mais tarde, sua irmã mais velha, Maria Deuzimar, 59, emociona-se ao recordar a despedida.

"A gente se reunia, chorava junto pro meu pai não ver. Combinamos que ela iria para a cidade e nós cuidaríamos dos nossos irmãos. E assim foi", relembra, com os olhos marejados, a irmã mais velha.

Apesar de assustadas com o assédio da imprensa desde que a candidata do PSB despontou nas pesquisas, Maria Deuzimar e a irmã Maria Lúcia aceitaram conversar nesta sexta-feira (12) com um grupo de cinco jornalistas.

O encontro, acompanhado por uma assessora da campanha, ocorreu em uma pequena sala de um hotel, sob a condição de que não fossem abordados temas políticos.

Maria Deuzimar é uma das duas irmãs de "Marinô" ""apelido de infância-- que ainda moram na região do seringal, a 70 km da capital. A área, já quase toda desmatada, hoje tem fazendas e sítios como o da primogênita, onde ela cultiva pimenta e banana. As outras quatro irmãs são donas de casa em Rio Branco, e o único irmão é instrutor de uma autoescola.

Era uma vida isolada: as irmãs contam que os vizinhos mais próximos estavam a uma hora e meia de distância a pé. Notícias, só pelo rádio. O pai ia uma vez por ano a Rio Branco, sozinho, para trocar borracha por mercadorias carregadas em burros.

"Não tinha como não achar a vida boa, a gente não conhecia o outro lado", conta Maria Lúcia, 55, que chama a atenção pela semelhança física com a irmã famosa.

Nos primeiros anos em Rio Branco, Marina se alfabetizou, morou com parentes na periferia, trabalhou de empregada e chegou a ser noviça.

O contato com a política ocorreu pelas CEBs (Comunidades Eclesiais de Base), da Igreja Católica. Em 1984, tornou-se a primeira da família com curso superior (história, pela Universidade Federal do Acre). No ano seguinte, entrou para o PT e, em 1988, ganhou a primeira eleição, para vereadora em Rio Branco.

A carreira até hoje surpreende as irmãs. Mas elas contam que, na infância, Marina já chamava a atenção pelas ideias. "A gente notava que ela tinha algo mais diferente", diz Maria Deuzimar.


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