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Costa diz que recebeu R$ 1,5 mi de propina
'Jornal Nacional' afirma que ex-diretor da Petrobras confessou suborno durante a compra de refinaria nos EUA
Valor teria sido revelado graças a acordo para delação premiada, que é sigiloso; executivo não deu informações à CPI
O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa confessou ter recebido R$ 1,5 milhão de propina durante o processo de compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), segundo o "Jornal Nacional" desta quinta-feira (18).
A compra da refinaria pela Petrobras, em 2006, resultou num prejuízo de R$ 1,7 bilhão, segundo cálculo do Tribunal de Contas da União.
Costa teria revelado o valor da propina no acordo de delação premiada que decidiu fazer em 29 de agosto com o Ministério Público e a Polícia Federal. Em depoimento na quarta-feira (17) à CPI da Petrobras, o ex-diretor optou por permanecer em silêncio.
A Folha não conseguiu confirmar a versão apresentada pelo telejornal. O acordo é sigiloso por princípio, para evitar que o delator sofra pressões e que provas possam ser destruídas.
O ex-diretor decidiu contar o que sabe em troca de uma pena menor. Sem o acordo, Costa poderia ser condenado a mais de 40 anos de prisão.
Ele revelou o nome de 12 parlamentares que recebiam suborno de contratos fechados com a Petrobras, de acordo com a revista "Veja".
Estariam no grupo o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e parlamentares como Romero Jucá (PMDB-RR), Mário Negromonte (PP-BA) e Cândido Vaccarezza (PT-SP).
Todos negam com veemência ter recebido suborno.
SUPERFATURADO
O ex-diretor da Petrobras foi preso pela segunda vez em 10 de junho pela Operação Lava Jato da Polícia Federal, quando as autoridades brasileiras descobriram que ele tinha US$ 23 milhões em contas secretas na Suíça. As contas foram bloqueadas por suspeitas de que tenham recebido recursos de propina.
O engenheiro foi diretor de abastecimento da Petrobras entre 2004 e 2010, nos governos Lula e Dilma Rousseff. Ele foi responsável pela maior obra da Petrobras no país, a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, que deve custar mais de R$ 40 bilhões quando estiver pronta.
Segundo apuração da PF, os contratos para a obra da refinaria eram superfaturados, e o valor pago a mais era lavado pelo doleiro Alberto Youssef, apontado como parceiro de Costa nas operações.