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Análise - Corrida presidencial

Petista se beneficia de desconstrução da rival

Marina recua a patamar idêntico ao que tinha em abril; queda se concentra no Nordeste, onde Dilma ganha pontos

DOS TRÊS PONTOS PERDIDOS POR MARINA, AO MENOS DOIS SAÍRAM DO NORDESTE, REGIÃO ONDE DILMA CRESCEU SEIS PONTOS

MAURO PAULINO DIRETOR-GERAL DO DATAFOLHA ALESSANDRO JANONI DIRETOR DE PESQUISAS DO DATAFOLHA

O calvário de Marina Silva continua. A candidata recua para patamar idêntico ao que tinha em abril quando ainda figurava como apenas uma hipótese diante da candidatura de Eduardo Campos. Perdeu sete pontos em pouco mais de 20 dias.

Mas, desta vez, diferentemente do que vinha acontecendo, quem mais se beneficiou com sua desconstrução não foi Aécio Neves, mas sim Dilma Rousseff.

As mudanças desta semana enquadram-se nas projeções de teto e piso de cada candidato feitas pelo Datafolha na pesquisa anterior.

A ambientalista perdeu pontos em vários estratos do eleitorado, mas nos últimos sete dias a queda concentrou-se com mais força no Nordeste. Dos três perdidos, ao menos dois saíram da região.

No mesmo período, Dilma, que ao contrário de Marina apresenta variação positiva em diferentes segmentos, cresceu seis pontos entre os nordestinos.

O diagnóstico reflete a insegurança da região, que possui a maior taxa de excluídos do país, com o futuro das políticas públicas de assistência social do governo em caso de derrota da petista.

A insistência de Marina em desmentir boatos de que acabaria com alguns desses programas parece mais comunicar a tese do que de fato anulá-la. E, no Nordeste, não há melhor cabo eleitoral do que o ex-presidente Lula para reforçar a percepção.

O Datafolha mostrou, no último domingo, o quanto as duas ex-ministras do petista vinham dividindo os integrantes da classe média intermediária, conjunto mais jovem da população, com presença acima da média no Nordeste e que ascendeu de forma expressiva durante os 12 anos de governo do PT.

Por outro lado, a campanha de Dilma parece ter conseguido, além dos ataques, fazer propaganda das realizações de sua gestão e alcançar setores do eleitorado mais informados. De um modo geral, diminuiu em cinco pontos percentuais a taxa de frustrados com seu governo.

Considerando-se o piso e o teto atuais de cada candidato, para a próxima semana Dilma deve variar entre 36% e 43%, Marina entre 23% e 31% e Aécio entre 16% e 22%.

Se, ao contrário do que vem acontecendo, as oscilações ficarem fora das zonas de variabilidade de cada candidato, predominará um cenário de indefinição às vésperas da eleição.

Se Dilma ultrapassar seu teto, ganhando terreno sobre a oposição, terá chances de ser reeleita no primeiro turno. Por outro lado, se Marina cair a seu piso e Aécio subir a seu teto, será impossível determinar quem enfrentará a presidente no segundo turno.

DIFICULDADE NA URNA

Nessas situações, detalhes fazem a diferença, inclusive o desempenho dos eleitores na urna eletrônica. Indício desse fenômeno é observado na simulação que foi aplicada pelo Datafolha no último campo.

Depois de responderem ao questionário, os entrevistados foram solicitados a digitar em um aplicativo de tablet, que reproduz com fidelidade a urna eletrônica, o seu voto para presidente.

Entre os eleitores de Marina, apenas 37% conseguiram concretizar a intenção de votar na candidata. Entre os de Dilma, o sucesso foi de 57%; entre os eleitores de Aécio, chegou a 45%.

Como em eleições anteriores, até 5 de outubro, a maioria dos eleitores ainda desinformados buscará o número de seus candidatos ou usará "santinhos" no dia do pleito.

Mas, como comprovadamente a urna eletrônica potencializa o voto na legenda, especialmente nas eleições majoritárias, a ausência de candidaturas fortes do PSB para governador e senador em colégios eleitorais de peso, como São Paulo e Minas Gerais, pode prejudicar Marina Silva em caso de equilíbrio na disputa.

Em 1998, por exemplo, quando o Datafolha fez estudo de boca de urna para quantificar erros dos eleitores, o maior prejudicado não foi Fernando Henrique (PSDB) ou Lula (PT), mas sim Ciro Gomes, então no PPS.

Na ocasião, 16% dos eleitores de Ciro não conseguiram concretizar o voto.


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