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Vaticano investigou padre Marcelo Rossi por dez anos anos
Apuração partiu de denúncia de religioso brasileiro que acusou o sacerdote de culto ao personalismo e de exibicionismo na TV
O padre Marcelo Rossi teve seus passos, CDs, livros, missas e aparições na TV seguidos de perto pelo Vaticano do final dos anos 90 até cerca de quatro anos atrás.
A investigação, que durou quase dez anos, foi provocada por denúncia de um religioso brasileiro, que acusou o padre de culto ao personalismo, exibicionismo por ir demais às TVs, de desvirtuar as práticas católicas e de transformar a missa num "circo".
A investigação foi comandada pela Congregação para a Doutrina da Fé, liderada pelo cardeal Joseph Ratzinger --que, em 2005, tornou-se o papa Bento 16.
O UOL apurou com exclusividade que, entre o final dos anos 90 e da década de 2000, a congregação recebia regularmente vídeos com as participações do padre Marcelo em programas no SBT e na Globo.
O UOL levantou junto a fontes na Santa Sé que o padre Marcelo e o bispo dom Fernando, da Mitra de Santo Amaro e superior direto do sacerdote, estiveram a ponto de serem chamados ao Vaticano para prestar contas, entre o final de 2004 e o início de 2005.
A investigação no Vaticano ocorreu ao mesmo tempo em que aconteciam centenas de apurações a respeito de outros padres, freiras e bispos ao redor do mundo.
Procurada, a assessoria do padre Marcelo e de dom Fernando disseram desconhecer a investigação. A assessoria do padre afirma que, "se isso realmente ocorreu, trata-se de um fato do passado".
O Vaticano, por meio de sua embaixada no Brasil, recusou manifestar-se a respeito.
Procurada por telefone e por e-mail, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) também se calou.