Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Poder

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Empreiteira deu US$ 23 mi, diz ex-diretor da Petrobras

Paulo Roberto Costa apontou Odebrecht como responsável por pagamentos

Empresa, que obteve contrato de refinaria em Pernambuco, nega ter feito depósitos em contas na Suíça

MARIO CESAR CARVALHO DE SÃO PAULO

O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa apontou a Odebrecht como a empreiteira responsável pelo pagamento de US$ 23 milhões, o equivalente a R$ 57 milhões, que ele recebeu na Suíça entre 2010 e 2011, segundo quatro pessoas envolvidas nas investigações da Operação Lava Jato ouvidas pela Folha.

Na época dos depósitos, Costa era diretor de abastecimento da Petrobras e responsável pela obra mais cara da estatal, a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. O custo final do empreendimento deve passar de R$ 45 bilhões.

Em consórcio com a OAS, a Odebrecht ganhou o terceiro maior contrato das obras de Abreu e Lima, de R$ 1,48 bilhão, em valores de 2010.

A OAS é acusada pelos procuradores de ter usado sua subsidiária na África para enviar US$ 4,8 milhões para uma conta do doleiro Alberto Youssef, preso desde março.

O doleiro e Costa são réus sob acusação de integrarem uma quadrilha acusada de desvios de recursos públicos, pagamento de suborno a políticos e lavagem de dinheiro.

A Odebrecht nega ter feito qualquer pagamento para o ex-dirigente da Petrobras.

Auditoria do Tribunal de Contas da União divulgada no último dia 24 aponta que Camargo Corrêa, Odebrecht e OAS superfaturaram seus contratos na obra de Abreu e Lima em R$ 367,9 milhões.

A Camargo Corrêa obteve o maior contrato da refinaria, de R$ 3,4 bilhões. As empreiteiras negam que tenha havido sobrepreço nos contratos e contestam critérios usados pelo TCU em suas análises.

O pagamento acima do valor contratado inicialmente foi feito por meio de reajustes irregulares, segundo o TCU. O ministro que relatou o caso, José Jorge, disse que há "indícios de pagamentos indevidos" às três empreiteiras.

Paulo Roberto Costa apontou a Odebrecht num dos depoimentos que prestou após o acordo de delação premiada que fez com o Ministério Público Federal em agosto.

No acordo de delação, Costa se comprometeu a devolver cerca de R$ 70 milhões, a soma da propina que ele recebeu na Suíça e numa conta do Royal Canadian Bank nas Ilhas Cayman (US$ 2,8 milhões), além de pagamento de multa de R$ 5 milhões.

É a primeira vez que a Odebrecht aparece na Operação Lava Jato, que encontrou indícios de pagamento de propina pelas empreiteiras e fornecedores da Petrobras, de acordo com a Polícia Federal.

A Odebrecht é a maior empreiteira do país. Só no Brasil, onde emprega 130 mil pessoas, o grupo faturou R$ 97 bilhões no ano passado.

Costa se comprometeu a contar o que sabe na tentativa de obter uma pena menor na Justiça. Ele foi libertado nesta quarta-feira (1º), mas continuará em prisão domiciliar.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página