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Grupo canadense foi beneficiado pelo governo do DF, sugere e-mail

Executivo da Bombardier disse que gestão Agnelo Queiroz (PT) sustou licitação do Metrô de Brasília

Presidente da empresa chamou parlamentar do PT, não identificado, de 'nosso deputado' em mensagem investigada

FLÁVIO FERREIRA MARIO CESAR CARVALHO DE SÃO PAULO

E-mail encontrado por autoridades federais na empresa Bombardier indica que o governo de Agnelo Queiroz (PT) no Distrito Federal suspendeu licitação do Metrô de Brasília em 2012 para beneficiar a empresa canadense.

Na mensagem, o então presidente da Bombardier no Brasil, Andre Guyvarch, afirmou ao chefe do setor de transporte da matriz, Andre Navarri, que o favorecimento ocorreu após a ação de um deputado do PT, chamado por ele de "nosso deputado".

O nome do político não foi revelado no e-mail.

O executivo também relatou que prometeu doar € 12 mil para um candidato apoiado pelo deputado do PT nas eleições municipais de 2012. Não há registro de doações da Bombardier no pleito de 2012 no site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Como a mensagem da Bombardier aponta um congressista, a Polícia Federal enviou o documento ao STF (Supremo Tribunal Federal).

A mensagem achada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) é de 4 de outubro de 2012. Nela, Guyvarch apontou: "Um deputado federal do PT (partido do governo federal) está nos apoiando".

Inicialmente, o executivo relatou que o deputado tentou colocar a Bombardier em um "esquema" para fornecer trens para Cuba, pois o governo brasileiro estava financiando o projeto do porto de Mariel na ilha, mas o negócio não deu certo.

Em seguida, Guyvarch contou sobre a licitação no DF.

"Recentemente, ele nos ajudou a cancelar licitação para manutenção no metrô de Brasília. Um telefonema dele para o metrô de Brasília e o governo de Brasília foram suficientes para forçar o pessoal local a considerar nosso pedido por uma abertura maior na competição, permitindo a nossa qualificação. Agora, a nova licitação está em preparação", afirmou.

Um mês antes da data do e-mail, o Metrô do DF havia cancelado a licitação de manutenção, como mencionado pelo executivo. Segundo publicação oficial, a suspensão ocorreu para "análise e adequação do edital e do projeto básico". Em janeiro de 2013, o Tribunal de Contas do DF determinou a interrupção da licitação em razão de irregularidades no edital.

O executivo afirmou também que iria pedir ao deputado que fizesse lobby no projeto do monotrilho da linha 18-bronze do Metrô paulista.

Em seguida, informou sobre o pedido do deputado.

"Fomos abordados por nosso deputado do PT para participar de um almoço para a campanha eleitoral de uma pessoa que ele apoia. Estamos falando de um pouco menos de € 12 mil. Eu aceitei", relatou Guyvarch.

Ao final, pediu aprovação de Navarri para a doação. Porém o site do TSE não aponta a contribuição em 2012.


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