Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Poder

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Mensalão - o julgamento

Sob risco de crise, STF adia definição sobre cassação de deputados

Presidente do tribunal encerrou sessão com placar em 4 a 4; voto que decidirá a questão será conhecido amanhã

Presidente da Câmara reafirma intenção de não cumprir eventual ordem de cassação, mas fala em negociação

DE BRASÍLIA DE SÃO PAULO

Em uma sessão de julgamento inconclusiva, o STF (Supremo Tribunal Federal) indicou ontem que vai declarar a cassação do mandato dos três deputados condenados no processo do mensalão, o que poderá abrir uma crise com a Câmara.

Ontem o placar estava em 4 votos a 4 quando o presidente do Supremo e relator do processo, Joaquim Barbosa, encerrou a sessão sem que Celso de Mello anunciasse o voto, o que será feito amanhã.

Mello já indicou que deverá seguir o entendimento de Barbosa e determinar que a condenação do Supremo obriga o parlamentar a sair do cargo, cabendo à Câmara apenas formalizar o ato.

A Câmara tem manifestado resistência em seguir essa possível decisão, o que foi reforçado ontem pelo presidente da Casa, deputado Marco Maia (PT-RS).

Ele voltou a manifestar a opinião de que a Câmara não deve seguir automaticamente uma ordem de cassação, mas defendeu que o impasse seja resolvido "no âmbito da negociação".

"A Câmara não pode se subjugar a uma decisão que afronta a Constituição. Não estamos vivendo um regime de exceção, uma ditadura. Teremos uma crise que vai ter que ser resolvida no âmbito da negociação", afirmou.

Ele não descarta procurar o Supremo para iniciar essa negociação, mas indicou que é possível que o encontro só aconteça quando a decisão definitiva do tribunal passar a valer.

Isso só deve acontecer após junho do ano que vem, depois de esgotados os recursos da defesa dos condenados.

Com isso, o petista não deverá participar dessa possível negociação, já que seu mandato no comando da Casa termina no início de 2013.

Favorito a sucedê-lo no cargo, o deputado e líder do PMDB Henrique Eduardo Alves (RN) disse que não comentaria a polêmica para evitar "sentar na cadeira antes da hora".

Vice-presidente da Câmara e também candidata à presidência, a deputada Rose de Freitas (PMDB-ES) foi no mesmo tom de Maia e fala em resistir a uma possível ordem de cassação imediata.

No entanto, deputados de oposição -minoria na Câmara- sinalizaram que concordam com a tese de Barbosa.

PLACAR

Votaram ontem na linha cassação Joaquim Barbosa, Luiz Fux, Gilmar Mendes e Marco Aurélio Mello.

Para eles, o artigo 15 da Constituição, ao determinar a suspensão dos direitos políticos no caso de uma condenação criminal, afeta automaticamente o mandato dos deputados.

Foram contra esse entendimento o revisor do processo, Ricardo Lewandowski, Rosa Weber, José Antonio Dias Toffoli e Cármen Lúcia.

Para eles, o artigo 55 da Constituição abre uma exceção e define que a última palavra, no caso, é da Câmara.

O deputado até perderia os direitos políticos, não podendo votar ou se candidatar nas próximas eleições, mas o mandato atualmente exercido só poderia ser derrubado pelo Congresso.

A discussão tem efeito direto para os deputados João Paulo Cunha (PT-SP), Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT), além de José Genoino (PT-SP), que é suplente e tem manifestado a intenção de assumir o mandato em janeiro.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página