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Investigação não é 'caça às bruxas', diz Dilma

Presidente afirma que seu governo não tolera a corrupção, mas admite que ela 'é uma chaga que afeta todos os países'

Em entrevista ao jornal 'Le Monde', ela creditou ao antecessor a atuação da PF, que 'investiga, prende e pune'

DE SÃO PAULO

Em meio às acusações de que o ex-presidente Lula teria se beneficiado do mensalão, a presidente Dilma Rousseff disse que investigações não podem se transformar em "caça às bruxas" e exaltou seu antecessor como o responsável por uma "nova fase" no combate à corrupção.

O jornal francês "Le Monde" publicou ontem uma entrevista realizada com presidente, que fez uma visita oficial a Paris nesta semana.

Durante a viagem, veio à tona o depoimento em que o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, operador do mensalão, declarou à Procuradoria-Geral da República que o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve despesas pessoais pagas com dinheiro do esquema.

Segundo Valério, o ex-presidente também teria dado o aval aos empréstimos bancários tomados pelo PT e pelas empresas de Valério que mascararam o desvio de verbas para a compra de apoio político no Congresso.

O depoimento de Marcos Valério foi noticiado pelo jornal "O Estado de S. Paulo".

Em sua entrevista ao "Le Monde", a presidente Dilma declarou que "não tolera corrupção", mas ponderou que ela "é uma chaga que afeta todos os países".

"Eu não tolero a corrupção, e meu governo também não. Se há suspeitas com fundamento, a pessoa [envolvida em corrupção] deve sair. É claro que não se deve confundir investigações com a caça às bruxas própria de regimes autoritários ou de exceção", afirmou a presidente.

Ela disse que "não são as pessoas que devem ser virtuosas, são as instituições" e destacou a criação do Portal da Transparência, que lista gastos do governo.

Dilma creditou a Lula a independência do Ministério Público e a atuação da Polícia Federal, que "investiga, prende e pune".

"Quem começou essa nova fase de governança foi o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva."

O "Le Monde" chama Lula de "mentor" de Dilma ao mencionar que o escândalo do mensalão, revelado em 2005, quase custou a reeleição dele, no ano seguinte.

CRESCIMENTO

Grande parte da entrevista tratou de temas econômicos. A presidente Dilma foi questionada sobre o fraco crescimento do Brasil neste ano e culpou a crise global pela desaceleração da economia do país.

"Estamos em uma fase de transição. Fomos obrigados a adotar medidas estruturais, como a redução das taxas de juros. Isso gerou mudanças de rentabilidade", disse ela, para quem o Brasil crescerá pelo menos 4% em 2013 (o mercado prevê 3,5%).

O Brasil cresceu 0,6% no terceiro trimestre deste ano, em relação ao período anterior. Analistas preveem que o crescimento deste ano será de apenas 1%, de acordo com pesquisa do Banco Central.

Dilma defendeu que o aumento da taxa de investimento do país é fundamental para garantir um crescimento acelerado, "capaz de buscar a inclusão social e a expansão do mercado".


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