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PF desvenda nova forma de fraude em pareceres da União

Laudo irregular feito pela Secretaria de Patrimônio da União provocaria um prejuízo de R$ 380 mi ao erário

Polícia descobriu que os técnicos federais mediram a terra pelo lado errado, para elevar o prejuízo da União

FERNANDO MELLO DE BRASÍLIA

Fraudes em pareceres técnicos de órgãos da União provocam prejuízos milionários ao erário, segundo documentos inéditos da Polícia Federal. A Operação Porto Seguro, que desarticulou um grupo acusado de vender pareceres do governo, não foi a única a demonstrar os desvios de recursos causados por documentos fraudulentos.

Relatório de outra investigação da Polícia Federal, a Perímetro, mostra que uma área de 344 hectares, cujo valor foi avaliado em R$ 380 milhões, seria liberada pela União para uma empresa privada após fraude em documentação. O terreno seria repassado a uma construtora.

Os peritos da PF descobriram que os laudos técnicos elaborados pela SPU (Secretaria de Patrimônio da União) eram irregulares. Por exemplo, a medição do terreno deveria ter sido feita para o lado esquerdo do terreno, mas os técnicos da União foram para o lado direito, aumentando o tamanho da terra e, com isso, o prejuízo.

A Polícia Federal chamou a perícia de "um fato incomum". Segundo os peritos, a SPU passou a considerar referências diferentes na medição do terreno, o que propiciou um "plus agrário".

A história remonta à construção de Brasília. Naquela época, foram medidos 1.807 hectares, e o governo pagou uma indenização pela terra à família dona do local.

Ocorre que a SPU fez novas medições em 2008 e concluiu que a área a ser desapropriada seria de 2.152 hectares. A SPU atribuiu a diferença a avanços tecnológicos. Ou seja, deveria ser devolvida uma área de 344 hectares ao espólio da família dona da terra.

A PF chamou a justificativa tecnológica de "falaciosa". "Os presentes métodos de medições de terra são mais precisos. No entanto, o excesso não se dá pela melhoria dos métodos geodésicos, mas parte dele se dá pela alteração deliberada de limites", escreveram os peritos.

De acordo com a PF, a SPU "executou uma demarcação de terras sem o formalismo necessário, eivada de vícios materiais graves".

A PF viu "inovação artificiosa do estado do marco pertencente ao limite fundiário do imóvel". O laudo 1.185 vai além. Afirma que os integrantes da comissão de demarcação da SPU não tinham "habilitação formal para os atos".


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