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Filho de Renan é alvo de inquérito da PF

Para procurador-geral, há 'indícios' de participação de deputado em irregularidades com merenda escolar em Alagoas

Pai de investigado é favorito para ser o novo presidente do Senado; Renan Filho não se manifesta sobre o caso

RUBENS VALENTE DE BRASÍLIA

O deputado federal Renan Filho (PMDB-AL), 33, é alvo de um inquérito da Polícia Federal que investiga suposto desvio de verbas para a merenda escolar da Prefeitura de Murici (AL). Ele é filho de Renan Calheiros (PMDB-AL), favorito para presidir o Senado a partir do mês que vem.

Como o deputado tem foro privilegiado, o caso passou em março de 2012 para o Supremo Tribunal Federal.

Em manifestação no inquérito, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e a subprocuradora Cláudia Sampaio afirmaram que há "indícios de que o deputado federal cometeu os crimes descritos" na Lei de Licitações e no decreto sobre os crimes de responsabilidade de prefeitos e vereadores.

A existência do inquérito não representa culpa, e sim que o Ministério Público observou indícios de crimes e pediu mais apuração.

Murici, a 50 km de Maceió e com cerca de 26 mil habitantes, é feudo dos Calheiros.

O filho de Renan se elegeu prefeito em 2004, reelegeu-se em 2008 e deixou o mandato em 2010, após vencer a eleição para deputado. Seu vice era seu tio, hoje prefeito.

De 2005 a 2008, a prefeitura recebeu do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, ligado ao MEC (Ministério da Educação), cerca de R$ 1,25 milhão, em valores atualizados, para a merenda.

A Folha teve acesso às cerca de 1.700 páginas do inquérito, que começou em 2011, com a Procuradoria da República em Alagoas.

A RJS Comércio, de Maceió, foi a vencedora da tomada de preços lançada pela gestão de Renan Filho.

A investigação apontou que a RJS apresentou à prefeitura, para comprovar os serviços prestados, notas fiscais em valores muito acima dos registrados pela Secretaria de Fazenda de Alagoas.

A apuração se vale ainda de uma nota técnica da Controladoria-Geral da União (CGU), que apontou irregularidades no edital da licitação.

O inquérito indica que Renan Filho teve papel ativo do lançamento do edital à escolha da comissão de licitação, na qual incluiu dois primos.

No STF, o relator do caso é o ministro Gilmar Mendes. Ele acolheu pedido de Gurgel para autorizar diversas diligências, mas julgou não haver necessidade de enviar documentos para perícia na PF.


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