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Ordem em SP vai mudar de sede ao custo de R$ 12 mi

Entidade vai deixar prédio histórico na Sé, que teve de ser esvaziado por ameaças de bombas durante o período da ditadura militar

LEONARDO VIEIRA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A sede da OAB-SP terá novo endereço no fim deste ano. Desde 1955 instalada na praça da Sé, a diretoria da Seção de São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil vai se mudar agora para um prédio no cruzamento da avenida Brigadeiro Luís Antônio com a rua Maria Paula.

A nova sede, de estilo modernista, faz parte do centro histórico de São Paulo.

A OAB-SP teve de pedir uma série de autorizações a órgãos públicos para iniciar obras de reforma, como o Condephaat, vinculado à Secretaria Estadual de Cultura de São Paulo.

O imóvel vai abrigar os gabinetes da presidência, da vice-presidência, das comissões da ordem e o Conselho Seccional. Construído nos anos 1950, o imóvel foi comprado do Grupo Votorantim.

A torre de 11 andares, que ocupa uma área de 3.300 m², vai passar por uma reforma retrofit que recuperará a fachada original.

Além disso, num terreno baldio ao lado, será construído um anexo de 700 m², onde ficarão um auditório com capacidade para 300 pessoas, garagem, salas de reunião e centro de convivência.

A sede na praça da Sé ainda pertencerá à OAB-SP. De acordo com o presidente da seccional paulista, Marcos da Costa, a ideia é concentrar serviços voltados para a área acadêmica, como a Escola Superior de Advocacia, a biblioteca, além do serviço de atendimento ao advogado. De acordo com a OAB, passam diariamente pelo antigo prédio cerca de mil pessoas.

Construído em 1955 num terreno cedido à ordem pelo governo de São Paulo, o prédio da Sé abrigou inicialmente não somente a direção da seccional paulista mas também inquilinos que residiam em diferentes andares.

"Mas, conforme a Ordem foi crescendo, os inquilinos foram saindo. Agora esse prédio todo ficou pequeno", afirma Carlos Alberto Augusto Batista, 67, funcionário da OAB-SP que trabalha no prédio desde 1963.

Para Batista, que mesmo aposentado ainda participa de atividades na Comissão da Verdade da seccional, um dos momentos mais marcantes da história do prédio foram os anos de maior repressão da ditadura militar.

"Cansei de atender telefonemas com ameaças de bombas. Não sabia se vinham da esquerda ou da direita; só sei que tive que tirar todo mundo do prédio umas cinco vezes", diz.

CUSTO

Toda a mudança custará mais de R$ 12 milhões aos cofres do Conselho Federal da OAB. Segundo Da Costa, a OAB-SP não precisou bancar o empreendimento.

"Nós não gastamos nenhum centavo na obra. Desde que foi fundado, há mais de 80 anos, esse foi o primeiro investimento do Conselho Federal da OAB em São Paulo", afirma.

A construção da nova sede, no entanto, provoca críticas entre os profissionais.

De acordo com a advogada Aline Tondato Demachi, a anuidade subiu R$ 81 no começo deste ano, totalizando R$ 874. Demachi argumenta não haver necessidade de mudança de sede.

"Não vejo qualquer benefício na minha carreira e, por oportuno, não quero patrocinar tal 'conquista'", diz.

Para ela, "o aumento cobrado não corresponde a qualquer benefício aos advogados capaz de justificá-lo". Além disso, afirma, os filiados pagam o mesmo valor independentemente dos honorários que recebem.

A anuidade foi tema na campanha para a eleição na OAB-SP em novembro passado, quando Da Costa venceu com 38% dos votos, seguido por Alberto Toron (35%) e Ricardo Sayeg (20%).


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