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'Eu me lembro dela tocando piano', conta ex-babá
DO RIOA abertura oficial do processo de beatificação de Odetinha reuniu algumas convidadas especiais que estão contribuindo com a pesquisa da Arquidiocese do Rio.
"Trabalhei por cinco meses na casa de Odetinha. Deu muita tristeza ver o caixão dela", afirmou Maria Helena Araújo, 88, que foi babá da menina. "Eu me lembro dela tocando piano."
Odetinha morreu aos nove anos, após 49 dias de repouso em decorrência de uma febre paratifoide seguida de meningite. "Ela faltou a muitas aulas. Lembro de ter rezado pela recuperação dela com outros alunos", disse Marilza Tostes Malta, 81, que foi colega de turma de Odetinha.
"Ela era uma criança como outra qualquer. Só percebi a santidade de Odetinha quando um padre publicou a biografia dela, após sua morte", afirmou Marilza, que seguiu a vida religiosa e adotou o nome de irmã Maria Cecília.
O livro sobre a vida da menina, publicado nos anos 1940, deve ganhar uma versão atualizada. A intenção da Arquidiocese é relançar a biografia da carioca candidata a santa durante a Jornada Mundial da Juventude, em julho.
Segundo os registros, Odetinha nasceu em Madureira, zona norte do Rio. Na região, havia o frigorífico de Francisco Oliveira, um bem-sucedido empresário, que veio a ser pai adotivo da menina.
Ele se casou com Alice Vidal, mãe de Odetinha, após a morte de Augusto Ferreira Cardoso -pai biológico, que morreu de tuberculose durante a gravidez da esposa.
Posteriormente, a família se mudou para a zona sul.
Maria Cristina de Castelo Branco morou na rua Marquês de Olinda, perto da casa de Odetinha, na praia de Botafogo. "Fui amiga dela até o fim", disse Maria Cristina.
"Quando ela estava doente, não queria que eu fosse visitá-la porque tinha medo que eu fosse contaminada. Acredito que, por isso, tenho 82 anos e nunca tive doença."
Humildade, simplicidade e religiosidade são características lembradas pela vizinha que virou devota.
