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Grupo invade escritório de Lula para pressionar Dilma

Ex-presidente ficou 'chateado' com a ocupação de instituto, diz assessor

'Sabemos da influência que ele tem no governo', afirma advogado dos manifestantes, que estão sob ameaça de despejo

DE SÃO PAULO

Assentados invadiram ontem a sede do Instituto Lula em São Paulo com o objetivo de forçar o ex-presidente a pressionar Dilma Rousseff para que ela assine decreto de desapropriação de uma área no interior paulista.

A assinatura possibilitaria que cerca de 70 famílias que vivem desde 2005 no assentamento Milton Santos, entre Americana e Cosmópolis (próximo a Campinas), fiquem no local. A área é alvo de disputa na Justiça, que determinou a reintegração de posse até o dia 30.

Este é o segundo imóvel ligado a Lula invadido em São Paulo. No início de janeiro, a futura sede do museu que será mantido pelo instituto, no centro da capital, foi ocupada por sem-teto.

Ontem, a sede do Instituto Lula foi invadida por volta das 6h30. Segundo relato do vigia, Valdemir Timóteo, ele foi obrigado por parte dos invasores a dar acesso ao local quando saía para fazer uma corrida. O grupo,ele diz, chegou em carros e peruas.

O vigia procurou a polícia, que foi ao local com seis viaturas, mas o Instituto Lula decidiu não tomar nenhuma medida pela desocupação.

O escritório, que fica no Ipiranga, bairro da zona sul de São Paulo, é usado por Lula para reuniões desde que ele deixou o Planalto, em 2010. Ontem, o ex-presidente alterou sua agenda e deixou de ir ao local por causa da invasão.

Além dos invasores da sede do instituto, três manifestantes estão acorrentados em frente ao escritório da Presidência em São Paulo, na avenida Paulista, também em apoio ao assentamento.

NEGOCIAÇÃO

Durante o dia, os representantes dos assentados fizeram estimativas diversas sobre o número de invasores -de 50 a 100. Além dos assentados, havia pessoas que se identificaram como integrantes de PT, PSOL, PSTU e do movimento estudantil.

Pouco depois do início da ocupação, os assentados receberam o presidente do instituto, Paulo Okamotto, que disse não ter havido depredação ou incidentes no local.

Logo após, ele conversou com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas. No final da tarde, o Incra (instituto responsável pela reforma agrária) afirmou que negociaria com as famílias desde que elas deixassem os prédios ocupados -outros assentados estão há uma semana em uma sede do Incra.

O grupo decidirá sobre a permanência no instituto em reunião marcada para hoje.

Ex-ministro de Lula e diretor do instituto, Luiz Dulci afirmou que a entidade não interferiria junto ao governo em favor dos assentados. "Se o movimento queria dar visibilidade à causa, talvez já tenha conseguido. Mas o instituto não interfere em decisões de governo", afirmou.

Okamotto, que conversou com Lula após a invasão, afirmou que o ex-presidente ficou "chateado", mas que os manifestantes têm sua "solidariedade" para resolver a questão do assentamento. Disse, porém, que o instituto não concorda com a invasão.

Um dos integrantes da coordenação do assentamento, Paulo Albuquerque disse que a escolha da sede do instituto como alvo da invasão foi tomada pela força de Lula.

"A gente não veio aqui atacá-lo, veio pedir para que ele intervenha junto à Dilma, reconhecendo a importância que ele teve até na eleição da presidente", afirmou.

"Sabemos do poder de liderança política e da influência que ele tem no governo", disse Vandré Ferreira, advogado dos assentados.

A invasão acontece em um momento em que Lula intensifica sua ação em assuntos ligados ao governo federal. Ele tem reunião marcada com Dilma e com ministros amanhã para discutir o governo.


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