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Análise

Novo comando do PT vai ter de enfrentar grandes desafios

Em tempos de vacas magras, partidos e lideranças identificados com a corrupção costumam ser destruídos

ALDO FORNAZIERI ESPECIAL PARA A FOLHA

O PT terá, em novembro, o processo de eleições diretas para escolher suas novas direções. No plano nacional, o atual presidente da sigla, Rui Falcão, deverá ser reconduzido a um novo mandato.

Para muitos observadores, isso chega a ser surpreendente, pois Falcão é tido como um "linha-dura". Mas sua gestão parece negar essa fama.

Existem duas razões que fazem com que ele agregue um amplo apoio: vem exercendo a presidência com posições ponderadas e equilibradas no que diz respeito ao posicionamento público do partido e com diálogo interno com todas as correntes.

Dois pontos exemplificam isso. Primeiro: em relação à ação penal 470 (mensalão), Falcão defendeu o partido e os condenados, mas desestimulou propostas que levariam o PT a uma aventura, com atos e manifestações de rua para contestar as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo: ante críticas de sindicalistas e de outros setores petistas ao governo, com proposições de substituição de Dilma como candidata em 2014, Falcão se mantém firme na defesa da presidente e da candidatura dela à reeleição.

Do ponto de vista interno, ele apaziguou determinados conflitos, substituindo o estilo mandonista de outros presidentes por uma conduta discreta e de diálogo com todas as outras correntes, mantendo uma certa independência em relação a forças poderosas.

Se reeleito, Rui Falcão e a nova direção partidária terão de enfrentar alguns desafios. O de maior magnitude será o de consolidar uma ampla aliança para reeleger Dilma.

O segundo maior desafio será o de conferir uma maior consistência programática de sentido estratégico ao PT, orientada para pensar o presente do Brasil com vistas ao futuro.

O país carece de partidos com maior consistência programática e estratégica.

O terceiro desafio consistirá em estancar a identificação do PT como um partido corrupto. A opinião pública tolera essa identificação enquanto os governos desse partido produzirem bons resultados econômicos e sociais. Mas, em tempos de vacas magras, partidos e lideranças identificados com a corrupção costumam ser destruídos.


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