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Aliado a PT e oposição, Renan volta ao comando do Senado

Acusado de 3 crimes pelo Ministério Público, ele teve 56 votos contra 18 de Taques

Em seus dois discursos, peemedebista não fala sobre as suspeitas e afirma que a 'ética é obrigação de todos'

GABRIELA GUERREIRO ERICH DECAT ANDREZA MATAIS DE BRASÍLIA

Acusado na Justiça de três crimes, Renan Calheiros (PMDB-AL), 57, foi eleito ontem para voltar a presidir o Senado cinco anos depois de renunciar à presidência da Casa para escapar da cassação.

Com o apoio do PT, anuência da gestão da presidente Dilma Rousseff e votos de parte da oposição, o peemedebista confirmou o favoritismo e recebeu 56 votos dos 78 presentes, contra 18 de seu rival, Pedro Taques (PDT-MT). Houve dois votos nulos e dois em branco. Três senadores não compareceram.

A eleição, realizada por votação secreta, dá a Renan mandato de dois anos.

Nem a denúncia da Procuradoria-Geral da República sobre a enxurrada de suspeitas levantadas contra ele em 2007, apresentada na semana passada e detalhada ontem pela revista "Época", foi suficiente para reverter o favoritismo do peemedebista.

Renan, que ontem teve cinco votos a mais do que em sua eleição em 2007, assumirá pela terceira vez a presidência da Casa. Ele será o 63º senador a comandar a instituição.

Na sessão, 17 senadores discursaram. Oito falaram contra Renan e 9 a seu favor.

A chamada "bancada ética" -formada por senadores independentes- classificou a eleição de Renan como um "atraso" para a instituição.

O alagoano ignorou as críticas e não mencionou as suspeitas nos dois discursos feitos em plenário -como candidato e, depois, já eleito. Disse apenas ser "legítimo" aos senadores falar sobre ética e, conforme a Folha antecipou ontem, defendeu mais transparência e menos gastos em sua nova gestão.

"A ética não é objetivo em si mesmo. O objetivo em si mesmo é o Brasil, o interesse nacional. A ética é meio, não é fim. É obrigação de todos, responsabilidade de todos nós e dever desse Senado."

Renan também prometeu adotar mais independência do Congresso em relação ao Poder Executivo. Aliado de Dilma, ele disse que vai colocar em votação os mais de 3.000 vetos presidenciais que tramitam no Congresso, o que desagrada ao Executivo. "Não é o fim do mundo o Congresso derrubar vetos presidenciais."

O senador disse ainda que vai encontrar uma "solução definitiva" para a tramitação das medidas provisórias, outra ação que o governo não deseja mexer, e prometeu enxugar gastos e reduzir cargos no Senado.

Renan fez campanha nos bastidores e manejou a distribuição de cargos na Mesa para minar resistências. Juntos, os parlamentares que poderiam ter votado contra Renan eram cerca de 25 -bem distante dos 18 que ao final escolheram em Taques.


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