Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Poder

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Análise

Desafio de Renan será tentar não repetir Palocci e Arruda

RANIER BRAGON EDITOR-ADJUNTO DE “PODER”

Forçado a deixar o comando do Congresso em 2007 após 194 dias em que foi acusado de corrupções várias, Renan Calheiros deu a sua particular volta por cima e retorna ao mesmo e importante posto de cinco anos atrás.

Qual é a real dimensão dessa ressurreição?

Em comparação com outros casos similares, é fato que o senador alagoano trilhou um caminho singular desde que foi abatido em dezembro de 2007.

Na Câmara dos Deputados, dos 13 presidentes pós-redemocratização, três protagonizaram escândalos no cargo ou pouco após deixá-lo -Ibsen Pinheiro (PMDB), Severino Cavalcanti (PP) e João Paulo Cunha (PT).

Não há sinal de que tenham qualquer ínfima chance de voltar aos "píncaros da glória", que é a presidência da Câmara segundo a definição de Severino.

No Senado, dos 12 presidentes desde 1985, quatro também se envolveram em escândalos de vulto. Jader Barbalho (PMDB), ACM (DEM), José Sarney (PMDB) e Renan.

Só Sarney conseguiu se manter no posto. Renan, chamuscado por graves suspeitas de corrupção, patrocina agora sua volta à fênix.

Fora do Congresso também é difícil encontrar paralelo de alguém que, banido de um posto de envergadura, tenha conseguido retornar a ele.

O então ministro Henrique Hargreaves deixou o cargo no governo Itamar Franco (1992-1994) e o retomou após as suspeitas se dissiparem. Não é o caso de Renan.

Uma comparação mais adequada traz à memória os casos de Antonio Palocci e José Roberto Arruda.

O primeiro, abatido sob a suspeita de quebrar o sigilo de um caseiro, conseguiu notável reabilitação política e voltou a uma posição de destaque na Esplanada dos Ministérios. Mas acabou apanhado outra vez em suspeitas de irregularidade e caiu novamente.

O segundo, que também havia conseguido se reerguer após o escândalo da quebra do sigilo do painel eletrônico do Senado, acabou despejado do governo do Distrito Federal sob escolta policial.

A denúncia apresentada ao STF sinaliza que Renan -aquele que "não foge à responsabilidade", segundo repetiu ontem um dos colegas que o defendeu- talvez tenha agora como maior desafio tentar resistir a esse desfecho.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página