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Chuva mata criança, afeta 1.500 famílias e leva caos a vias do litoral

Após morte de mulher na rodovia dos Imigrantes, anteontem, menina de 11 anos morre em Boiçucanga

Famílias perdem casa e outros bens em São Sebastião, Cubatão e Bertioga; fornecimento de água é prejudicado

DE SÃO PAULO

Duas mortes, quase 1.500 famílias afetadas (perderam a casa ou outros bens), motoristas parados por 10 horas no sistema Anchieta-Imigrantes e abastecimento de água comprometido foram parte do rastro de destruição deixado pelas chuvas anteontem e ontem no litoral paulista.

Houve alagamentos ao menos em Santos, Guarujá, São Vicente, Bertioga, Ubatuba, São Sebastião e Cubatão.

Uma criança de 11 anos morreu anteontem em Boiçucanga, bairro de São Sebastião, no litoral norte. Também anteontem, uma mulher de 43 anos morreu sob a lama que bloqueou a pista da Imigrantes, sentido São Paulo.

A lama danificou 23 carros e um caminhão. O governo do Estado e a Ecovias, concessionária do sistema, prometeram indenização.

O caminhão ficou atravessado e serviu como barreira para evitar que veículos fossem arrastados ao precipício.

À 0h de hoje -após 31 horas de interdição-, a Ecovias liberou o trecho, após inspeções feitas por engenheiros e especialistas em geotecnia.

"Não houve qualquer tipo de dano estrutural na rodovia, e a liberação só ocorreu após criteriosa avaliação das condições de segurança."

Foram retirados o equivalente a 270 caminhões carregados de lama, galhos e pedras, entre outros. Quando a via foi liberada, havia 10 km de lentidão no sistema.

MORRO ABAIXO

"Meu filho falou: 'Vamos sair porque o morro vai vir abaixo'. É instinto de sobrevivência. Começamos a correr."

Assim narra o momento de pânico o taxista e radialista Leonardo Bressan Neto, 59, o primeiro a ser barrado pela lama na entrada do túnel.

"Não era só água, tinha pedra e galhos. A mulher que morreu estava a cinco metros de onde eu estava." Ele só deixou o local às 5h de ontem.

Este e outros quatro deslizamentos levaram o caos ao sistema. "Estou com uma criança de um mês no carro, ficando sem água. Está muito difícil", afirmou um homem que não se identificou.

"Estou com minha família há quase duas horas e não andamos um metro sequer. Cadê a polícia? Cadê a Ecovias?", dizia Maria Alzira.

O superintendente da Ecovias, José Carlos Cassaniga, disse que deslizamentos simultâneos na região dificultaram a chegada do socorro.

Segundo o secretário de Logística e Transportes de São Paulo, Saulo de Castro Abreu, uma investigação vai apurar se houve falha de operação. Para ele, não parece.

"Estamos debitando na conta desse excesso de chuva."


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