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Análise

Siglas tradicionais 'rifam' a agenda de garantia de direitos para obter apoio

ALEXANDRE CICONELLO ESPECIAL PARA A FOLHA

A presença de pastores de denominações pentecostais e neopentecostais é crescente no Congresso. Alguns deles costumam ser classificados como fundamentalistas cristãos: a partir de uma interpretação particular de textos religiosos, seguem uma agenda que procura sabotar avanços no campo dos direitos de mulheres, gays e adeptos de religiões de origem africana.

Esse avanço é consequência óbvia do crescimento do número de evangélicos no país e, claro, do aumento dos poderes econômico (alimentado por imunidades tributárias) e midiático de alguns líderes dessas igrejas. Mas não só.

Deputados como o pastor Marco Feliciano (PSC-SP) têm duas vantagens competitivas em relação aos demais.

A primeira é que, ao adotar posições extremadas revestidas com um suposto manto moral, eles se alimentam da polêmica fácil, do bate-boca estridente, da desinformação. Quanto mais barulho, melhor, ainda que seja para falar mal.

Essa opção pelo radicalismo pode ser uma aposta desastrosa em eleição majoritária (prefeito, governador). Dificilmente mais da metade da população daria aval a quem atua abertamente para impedir avanços no combate a DST/AIDS, por exemplo.

Essa aposta, porém, tem sido eficiente em disputas proporcionais (deputado e vereador), onde o nicho tem grande valor na estratégia eleitoral.

A segunda vantagem é produto do atual ambiente político. Com baixa densidade programática, e baseados em uma visão de curto prazo que prioriza a conquista e manutenção do poder, os partidos tradicionais rifam a "agenda menor" de garantia de direitos por apoio em outros temas prioritários, como macroeconomia e investimentos públicos.

Há uma crença, curiosamente não confirmada pela ciência política, de que a aliança com esses grupos é fundamental para a conquista do Poder Executivo.


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