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Reciclagem de lixo na região de Ribeirão não chega a 3%
Pior índice está em São Carlos, que recicla por mês 0,61% do resíduo recolhido
Prefeitura da cidade diz que serviço passa por reestruturação; melhor taxa está em Franca, mas percentual é de só 5%
As maiores cidades da região de Ribeirão Preto coletam juntas uma média mensal de 43,6 mil toneladas de lixo, mas não reciclam nem 3% desse total. O pior índice é o de São Carlos (0,61%) e o melhor, de Franca (5%).
Os dados foram fornecidos à Folha pelas prefeituras das duas cidades, além de Araraquara, Barretos, Ribeirão Preto e Sertãozinho.
O resultado se equipara ao alcançado em pesquisa feita pela professora e diretora da Faculdade de Saúde Pública da USP, Helena Ribeiro. O levantamento dela, realizado no Estado de São Paulo, aponta que o percentual de lixo reciclado varia entre 2% a 5%.
Para a pesquisadora, um dos problemas comuns no Estado é que as cidades menores sofrem com a falta de indústria de reciclagem.
É o caso de Barretos, que está orçando um projeto para reativar a capacidade da usina de reciclagem local e aumentar em até cinco vezes o índice de reciclagem. A cidade recicla menos de 1% das 2.700 toneladas de lixo domiciliar coletadas todo mês.
A Secretaria de Desenvolvimento Sustentável, Ciência e Tecnologia de São Carlos informou, em nota, que a coleta seletiva da cidade passa por uma reestruturação.
Até o final de 2013, o município pretende aumentar o número de catadores de lixo da cidade de 45 para 125 e criar mais três cooperativas.
O Daae (Departamento Autônomo de Água e Esgotos) de Araraquara informou que pretende realizar uma campanha para que a população disponibilize material reciclável de maior qualidade.
Já a Prefeitura de Franca informou que, além da reciclagem que o município realiza, coletas particulares atingem média mensal de 500 toneladas de resíduos.
Sertãozinho informou que a coleta seletiva atinge 30% da cidade e recolhe 45 toneladas de resíduos por mês.
Procurada, a Prefeitura de Ribeirão não se manifestou.
SOLUÇÕES
Para Helena, os municípios precisam adotar uma política de comunicação para as famílias separarem em casa os resíduos a serem reciclados. "Nosso lixo é 50% de resíduo orgânico. O resto pode ser reciclado. Quando há mistura, a triagem é dificultada."
Ainda segundo a professora, parcerias com cooperativas são necessárias porque barateiam o serviço.