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Ribeirão

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Agressão a idosos parte de filho viciado

Familiares dependentes químicos respondem por até 80% dos casos contra pessoas mais velhas em Ribeirão

Delegacia do Idoso da cidade registra até três casos por dia de agressão a moradores com mais de 60 anos

JULIANA COISSI DE RIBEIRÃO PRETO

José, dentista aposentado de 72 anos, mora em uma casa de classe média no bairro Lagoinha, em Ribeirão Preto. Cinco anos mais jovem, Joaquim, porteiro também aposentado, vive no Ribeirão Verde, na periferia da cidade.

De bairros e condições sociais distintas, os dois idosos, que pediram para não ter o nome divulgado e cujos nomes nesta reportagem são fictícios, têm um triste ponto em comum: foram agredidos pelos próprios filhos, ambos usuários de drogas.

Um deles teve o braço quase esmagado por um pedaço de pau enquanto o outro foi atingido na cabeça por uma barra de ferro.

A maior parte dos registros de lesão corporal a idosos em Ribeirão Preto é cometida por pessoas bem próximas e por um mesmo motivo: são na maioria filhos e netos usuários de álcool e drogas, principalmente de crack.

A informação é da Delegacia do Idoso de Ribeirão, unidade especializada da Polícia Civil criada no final em 2010 para atender ocorrências em que a vítima é uma pessoa com mais de 60 anos.

Por dia, são registrados de dois a três casos de agressão envolvendo idosos.

Segundo o delegado Luiz Geraldo Dias, 80% dos casos são praticados por filhos ou netos sob o efeito da dependência química.

No restante dos casos, as agressões são cometidas por cônjuges, outros parentes ou pessoas conhecidas, motivados por brigas familiares ou discussão por dinheiro, como um saque indevido no cartão de crédito do idoso.

Dias chama a atenção para uma outra realidade: apesar do crescente volume de denúncias, o dobro de dois anos atrás, as notificações ainda estão muito aquém da quantidade de casos reais de agressões a idosos.

"Há uma enorme subnotificação", disse. "O idoso tem medo de represália ou mesmo tem medo de seguir adiante com o processo e perder a ajuda dos familiares."

A denúncia é feita à polícia e à Defensoria Pública, na maior parte das vezes, somente em casos extremos, como situações em que o idoso procura os órgãos para pedir que a Justiça afaste o agressor da residência.

PUNIÇÃO

Agredir uma pessoa com mais de 60 anos resulta em até quatro anos de prisão. A pena pode chegar a até 12 anos na cadeia dependendo da gravidade da lesão -se o braço atingido, por exemplo, perder totalmente a função.


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