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Vereadores dão nota 6,8 para a prefeita
Folha ouviu 17 dos 22 parlamentares: 13 criticaram e 4 elogiaram Dárcy nos cem dias de seu segundo mandato
Saúde, falta de água e cassação são os principais problemas apontados por eles no início do novo governo
Às vésperas de completar cem dias de seu segundo mandato, no próximo dia 10, a prefeita Dárcy Vera (PSD) recebeu nota 6,8 dos vereadores de Ribeirão Preto. A pedido da Folha, os membros do Legislativo avaliaram na semana passada a gestão da chefe do Executivo.
Segundo os parlamentares ouvidos, o resultado não é tão positivo porque existem problemas crônicos a serem resolvidos -os mais citados são as dificuldades enfrentadas pela população para ter acesso à saúde e a situação do Daerp (autarquia de água e esgoto da cidade), com falta de água e vazamentos.
Outros citam o desgaste enfrentado pelos aumentos do IPTU e da tarifa de ônibus, alguns protestos, e a cassação da prefeita e do vice Marinho Sampaio (PMDB).
INDEFINIÇÃO DO TIME
A reportagem entrevistou 17 vereadores. Cinco não foram localizados ou não quiseram falar sobre o assunto.
A nota alcançada é a média dos nove parlamentares que deram avaliação de 0 a 10 aos cem primeiros dias de Dárcy na segunda gestão.
Até os que integram a base governista acham que o governo precisa melhorar.
André Luiz da Silva (PC do B), por exemplo, afirma que a prefeita precisa definir logo quem é o time que vai ajudá-la a administrar a cidade neste segundo mandato.
"Essa indefinição [em meio a mudanças de cargos no primeiro escalão] é prejudicial. Precisa definir rápido quem são os secretários", diz. Ele preferiu não dar nota.
Walter Gomes (PR), que também integra a base aliada, deu nota 7. "A cidade tem recebido investimentos nos últimos meses, mas precisamos de mais eficiência na saúde e no Daerp."
Paulo Modas também é do PR e seguiu a nota de Gomes.
"A prefeita tem feito um trabalho razoável, a situação da educação é boa, mas a saúde precisa de melhorias", diz.
Os vereadores dizem que os principais problemas na saúde são a espera por atendimento nas unidades de emergência, demora no agendamento de consultas e falta de médicos nos postos.
Em relação ao Daerp, as queixas são, principalmente, em relação à falta de água em bairros e vazamentos espalhados por toda a cidade.
Outro vereador da base governista, o delegado Samuel Zanferdini (PMDB) pede providências em relação ao Daerp e à saúde.
"Precisa buscar recursos para sanar a falta de água. E a saúde municipal também precisa melhorar. Com certeza não é nota 10". Ele deu 6,5.
'FALTA DE COMANDO'
Os vereadores do PSDB Bertinho Scandiuzzi e Mauricio Gasparini deram nota 4.
"Esta segunda gestão foi prejudicada por cassação, aumento da tarifa [do transporte público], do IPTU, da discussão em torno da PPP do lixo", afirma Bertinho.
Para Gasparini, a preocupação da prefeita em gerenciar as crises deixou a administração sem comando. "Não se conseguem resolver os problemas mais básicos."
Beto Cangussu (PT) deu nota 5: "O governo começou com problemas. IPTU, cassação, PPP. Isso prejudicou a governabilidade e trouxe problemas de gestão."
Jorge Parada, outro petista, não deu nota, mas diz que o desempenho da prefeita foi prejudicado com a cassação.
Ricardo Silva (PDT) e Gláucia Berenice (PSDB) não deram nota, mas fizeram críticas. "Não há investimentos em setores prioritários", diz o pedetista.
A tucana afirma que o governo vive uma crise atualmente: "A população está sendo cada vez mais penalizada. Com a cassação, muita coisa ficou indefinida".
Viviane Rodrigues (PPS) e Maurílio Romano Machado (PP), da base governista, não deram notas, mas elogiam o desempenho de Dárcy.
Outros dois aliados, Rodrigo Simões (PP) e Evaldo Mendonça, o Giló (PR), genro da prefeita, deram boas notas, 8 e 10, respectivamente. "Apesar dos problemas, Ribeirão vai receber um bom volume de investimentos", diz Giló.
A Folha não conseguiu ouvir Capela Novas (PPS), Léo Oliveira (PMDB), Saulo Rodrigues (PRB), Waldyr Villela (PSD) e Marcos Papa (PV).
OUTRO LADO
Procurada para falar sobre a avaliação, a assessoria da prefeitura não falou. Em outras ocasiões, o governo disse que está modernizando o Daerp e que a saúde municipal recebeu boa avaliação do Ministério da Saúde.
Dárcy também afirmou que a cassação não alterou a rotina da administração. Ela também diz que não cometeu ilegalidade eleitoral.