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Disputa familiar trava doação de obras de Dalí

Sobrinho de colecionador diz que o tio não tem posse de xilogravuras doadas

Imagens fariam parte do acervo de um instituto cultural e por isso não poderiam ter sido cedidas a cidade

DANIELA SANTOS DE RIBEIRÃO PRETO

A doação à Prefeitura de São Carlos de cem xilogravuras de Salvador Dalí (1904-1989), inspiradas na obra "A Divina Comédia", do renascentista Dante Alighieri (1265-1321), está ameaçada.

O advogado João Ibaixe Júnior, sobrinho do doador, o fazendeiro Lover Ibaixe, 80, procurou a prefeitura ontem para dizer que as obras de Dalí não podem ser doadas.

Ibaixe Júnior disse que fundou, em 2006, com o consentimento do tio, o Instituto Cultural Antônio Ibaixe -em homenagem ao pai de Lover-, e recebeu a doação, em documento assinado, das cem gravuras em 2007.

Segundo ele, as obras de Dalí são patrimônio do instituto, que surgiu para "difundir a cultura pelo país". Ele disse ainda que a doação resultaria no fim do instituto.

"A titularidade das gravuras pertence ao instituto. Houve falha de comunicação da prefeitura, que interpretou a decisão do meu tio como doação. Uma pessoa não pode doar o que não tem."

Procurado, o fazendeiro Ibaixe disse que não vai deixar as obras para o instituto, que, segundo ele, não tem uma sede própria.

"Meu sobrinho me procurou atrás da doação há mais ou menos três anos, mas percebi que ele queria era vender as obras." Ele afirmou não se lembrar de ter assinado um contrato.

Ibaixe Júnior disse que não tem intenção de se desfazer das imagens e acrescentou que tem um projeto aprovado no Pronac (Programa Nacional de Apoio à Cultura), pelo Ministério da Cultura, para fazer uma edição de "A Divina Comédia", ilustrada com as gravuras de Dalí.

Ele disse ainda que quer levar a exposição por todo o país. "Meu tio está ciente disso, mas é uma pessoa de muita idade. Um homem simples, pecuarista. Dá valor à cultura, mas é um homem muito limitado em termos culturais", afirmou o advogado.

'BRIGA FAMILIAR'

A assessoria de imprensa da prefeitura informou que essa é uma "briga familiar" e que não vai se pronunciar.

Ibaixe Júnior disse ainda que São Carlos não é reconhecida como um polo cultural para ter as obras. "A cidade tem sua importância por ser um polo tecnológico."


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