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Análise

Necessitar de auxílio não é sinônimo de dependência

JAIRO MARQUES COLUNISTA DA FOLHA

No voo de volta para casa depois de uma exaustiva cobertura da Paraolimpíada de Londres, no ano passado, viajaram comigo cerca de outros 50 cadeirantes, afora um monte de cegos e outras pessoas com deficiências diversas que compunham a delegação brasileira.

Foi uma cena engraçada e muitos brincavam que era a verdadeira imagem "capenga" da aviação brasileira. Mas a logística de embarque criada pelos ingleses foi impecável. Em poucos minutos, tudo estava feito.

A equipe de comissários era a padrão. Seguramente, menos de 20 pessoas sorridentes e, talvez, desesperadas caso todos os "quebrados" quisessem ir ao banheiro em algum momento.

O piloto quebrou uma regra de segurança e botou todos em risco ao seguir viagem com praticamente uma ala inteira da ortopedia do HC ou usou o bom-senso e analisou que não havia perigo?

Pessoas com deficiência têm suas formas de ter autonomia e não precisam, necessariamente, de acompanhantes para tudo na vida.

Um cego, em uma situação de pânico, de falta de energia, será o primeiro a achar a saída usando a audição e o olfato que costumam ser mais desenvolvidos.

No caso de um voo lotado de crianças cadeirantinhas desacompanhadas ou de pessoas com movimentos totalmente comprometidos, seria prudente pedir reforço na equipe de bordo.

Elas podem se desequilibrar durante uma manobra, podem não ter habilidade para se segurarem no pouso ou na decolagem. Mas não é uma regra.

Indiscutivelmente, uma observação de segurança aérea precisa ser plenamente considerada.

O que não é mais possível é projetar em pessoas com deficiência física ou sensorial inabilidades que só quem não vê o ser humano em sua integralidade é capaz de praticar.

Necessitar de auxílio não é sinônimo de dependência.


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