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Ribeirão prevê deficit de R$ 120 mi em 2014
Oposição pede explicações, mas governistas rejeitam pedido e aprovam Lei de Diretrizes Orçamentárias para o próximo ano
Secretário da Fazenda afirma que parte do estouro pode se referir ao pagamento de perdas salariais em 1990
A Prefeitura de Ribeirão Preto calcula um deficit fiscal de R$ 120 milhões ao final do próximo ano. A previsão consta na Lei de Diretrizes Orçamentárias aprovada anteontem à noite pela Câmara e foi alvo de questionamento de vereadores.
A oposição, por meio de Gláucia Berenice (PSDB), chegou a pedir durante a sessão para aprovação da LDO que o município enviasse explicações ou mudasse o texto da legislação para enviar novamente à Casa, mas a proposta foi rejeitada.
A tucana disse que a Prefeitura de Ribeirão deve explicações sobre essas contas, além de informar quais providências serão tomadas para que o balanço seja positivo ou com um valor de deficit menor no fim de 2014.
Gláucia mostrou à Folha uma planilha comparando o deficit previsto para o ano que vem e a previsão dos anos anteriores. Em 2010 e 2011, foi anunciado um superavit de cerca de R$ 55 milhões. Em 2012, havia um deficit previsto de R$ 1,3 milhão e, neste ano, um saldo positivo de R$ 5,2 milhões.
"Nunca houve uma previsão de deficit tão alto. Precisamos saber o que está acontecendo, o que são essas despesas e o que isso significa. Sem essas informações fica difícil fiscalizar", afirmou.
A peessedebista disse ainda que a Câmara não pode legitimar uma lei que prevê um deficit de R$ 120 milhões porque vai acabar "concordando" com essa atual forma de administração, que na opinião dela, é equivocada.
"Isso é má gestão. A prefeitura deveria fazer um planejamento de cortes nos gastos, por exemplo, para não prever esse deficit."
Segundo a vereadora, as medidas já tomadas pelo município para diminuir despesas são irrisórias e não resolvem o problema da dívida.
"Cortar cafezinho, papel, como vocês mesmo da imprensa divulgaram recentemente, não resolve. É preciso acabar com a terceirização de mão de obra, reduzir o número de cargos comissionados. Isso sim causa impacto no orçamento", afirmou.
Procurado ontem pela Folha, o secretário da Fazenda de Ribeirão Preto, Sérgio Nalini, disse que precisaria consultar técnicos de sua equipe para responder com precisão.
Segundo ele, parte desse deficit pode ser referente a pagamentos para servidores públicos previstos num acordo firmado em 2007 para repor perdas salarias decorrentes do Plano Collor (de 1990).
LDO
Anteontem à noite, a Câmara de Ribeirão Preto aprovou 425 emendas da Lei de Diretrizes Orçamentárias para o ano que vem.
Ao todo, os vereadores fizeram 436 emendas, mas 13 tiveram parecer contrário da comissão de finanças e foram votadas em plenário.
Duas delas, de autoria de Marcos Papa (PV), acabaram sendo aprovadas e incluídas no texto que será enviado ao Executivo, que ainda pode fazer vetos.