Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ribeirão

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Quebra rotineira de bombas custa R$ 71,5 mil por mês sem licitação

Apenas 3 empresas, que receberam R$ 2,3 milhões desde 2011, concentram os reparos em Ribeirão

Empresa que mais realizou consertos foi a que recebeu o maior valor por bomba: R$ 26,9 mil, na média

JOÃO ALBERTO PEDRINI DE RIBEIRÃO PRETO

Cidade que sofre frequentemente com a falta de água --até mesmo em tempos de chuvas--, Ribeirão Preto tem todos os meses quatro bombas do Daerp quebradas em média. Mesmo com o defeito rotineiro dos equipamentos, o município não faz licitação e gasta mensalmente R$ 71,5 mil nos consertos.

Levantamento feito no "Diário Oficial" do município mostra que os 131 consertos realizados pelo Daerp (autarquia de água) desde 2011 custaram aos cofres públicos R$ 2,35 milhões. E apenas três empresas concentraram os reparos nesse período.

Ontem, reportagem do jornal "A Cidade" apontou que o município gastou R$ 5 milhões com esse tipo de serviço sem licitação desde 2008.

Empresa com o maior volume de consertos, a Montenegro, do Rio Grande do Sul, é a que cobra mais pelo serviço (R$ 26,9 mil por bomba contra R$ 18 mil na média geral) e a que fica mais distante de Ribeirão. Foram 54 reparos desde 2011 (41%).

Já a Leão, empresa que cobra, na média, o menor valor (R$ 9.400 por conserto) é a que menos realizou reparos (32 nos últimos dois anos).

Numa licitação, vence o serviço a empresa que oferece o menor valor, o que consequentemente gera economia aos cofres públicos.

MESMA FÁBRICA

A Prefeitura de Ribeirão diz, em nota, que contrata sem licitação pois o reparo é feito sempre pela fábrica que vende a bomba, o que exclui o processo de concorrência pública.

Especialistas ouvidos pela Folha contestam a resposta. "Se há a previsibilidade de quebra, deveria haver um planejamento [para o problema]. Deveria haver licitação ou carta-convite [sistema no qual três ou mais empresas são convidadas para orçar um serviço]", disse Jorge Sanchez, presidente da Amarribo, ONG que defende a transparência dos poderes públicos.

De acordo com ele, a não realização de concorrência pública pode acarretar outros problemas. "Comprar sem licitação é um fator que pode gerar corrupção."

Funcionários do Daerp, que pediram para não ser identificados, disseram à Folha que muitas bombas quebram com frequência e que não há uma fiscalização para identificar quais marcas apresentam mais defeitos.

O Daerp é um dos setores mais críticos do governo Dárcy Vera (PSD). Além da falta de água, a autarquia é acusada de ser moeda de troca eleitoral, já que, desde 2009, foi comandada pelo PR, um dos 15 partidos aliados de Dárcy. Neste ano, a prefeita retirou o PR da chefia do Daerp. O superintendente interino é o secretário da Administração, Marco Antônio dos Santos.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página