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Secretário nega a opositores acesso a processos do transporte coletivo
Com a recusa, vereadores questionam se os documentos existem
O secretário da Administração de Ribeirão Preto, Marco Antonio dos Santos, negou ontem o acesso de vereadores da CPI do Transporte ao processo que apura o descumprimento do contrato de transporte público pelo consórcio Pró-Urbano.
Segundo a prefeitura, o processo tramita na pasta desde agosto, e pode culminar na aplicação de multas às empresas de ônibus.
Um requerimento que pedia cópia do processo havia sido barrado na CPI por vereadores da base da prefeita Dárcy Vera (PSD).
Ontem à tarde, uma comissão formada por vereadores oposicionistas integrantes da CPI, chamou a imprensa para solicitar o documento na prefeitura. Lá, o assistente da Secretaria de Governo Joaquim Rezende disse que o processo não havia sido localizado.
Após falar por telefone com Santos, ele informou aos vereadores que o processo estava em posse do secretário, que estava a caminho do Daerp (autarquia de água na cidade), onde Santos é superintendente interino.
Os vereadores foram então até o Daerp, onde foram recebidos por Santos. Após ouvir o pedido do presidente da CPI, Ricardo Silva, o secretário afirmou que não iria dar o processo naquelas condições. "Esse não é momento de buscar promoção pessoal", disse a Silva. O vereador negou que estivesse se promovendo com o caso.
O secretário já havia afirmado em reunião da CPI que poderia entregar o processo após sua conclusão. Ontem, ele disse que poderá fornecer o documento, caso os vereadores façam uma solicitação por escrito. Segundo Santos, o processo ainda não foi concluído e está na fase em que é analisada a defesa apresentada pelo consórcio contra as notificações da prefeitura.
'O PROCESSO EXISTE?'
Após a recusa, Silva e Marcos Papa (PV) questionaram a existência do processo. "Temos que pensar se esse documento existe", disse Silva. Segundo ele, será apresentada uma solicitação ao secretário.
O ato de ontem provocou protestos entre os membros governistas da CPI. Walter Gomes (PR) afirmou que nenhum aliado foi informado da diligência, o que foi uma "falta de respeito".
De acordo com Gomes, os vereadores da base estudam adotar "medidas jurídicas" contra o ato dos oposicionistas, mas não citou quais.