Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Ribeirão

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Prefeitura ignora laudo e mantém a estação catedral

Documento diz que circulação de ônibus compromete estrutura da Igreja

Administração diz que ainda não abordou o assunto e que a construção do terminal de ônibus está mantida

JOÃO ALBERTO PEDRINI DE RIBEIRÃO PRETO

Mesmo com laudo divulgado na semana passada que sugere a interdição da rua Florêncio de Abreu, em frente à Catedral Metropolitana de Ribeirão Preto, a prefeitura mantém o plano de construir um terminal de ônibus na praça das Bandeiras.

O laudo, encomendado pela Igreja Católica, diz que a circulação de veículos, sobretudo os ônibus, compromete a estrutura da catedral, prédio que começou a ser construído em 1905. O relatório foi solicitado após o templo achar rachaduras no local.

O município também não sinalizou se vai acatar a sugestão do relatório de transformar o trecho da rua Florêncio de Abreu --entre a Visconde de Inhaúma e a Tibiriçá-- num calçadão. O objetivo, segundo o estudo, é amenizar os problemas verificados na estrutura da catedral.

A historiadora Nainôra Maria Barbosa Freitas, destacada pela igreja para falar sobre o assunto, diz que o relatório apresenta resultados preocupantes. "Se os problemas progredirem, a catedral vai vir abaixo", diz.

Ela afirma que os danos na estrutura apareceram por diversos fatores, entre eles, a circulação de veículos pesados, principalmente na Florêncio de Abreu --uma das principais vias usadas pelas empresas de ônibus na região central do município.

A historiadora conta também que, por se tratar de uma construção centenária, a fundação é muito rasa, a exemplo da maioria dos edifícios daquela época. Nainôra fala ainda que há muitas áreas permeáveis, o que favorece a penetração de águas das chuvas e afeta o solo.

Outro problema citado é a presença de cupins subterrâneos, que atacam as madeiras das treliças do forro.

A historiadora diz que a construção de um terminal na praça vai contribuir para ampliar os problemas.

"Na maioria dos países do exterior, os bens patrimoniais são protegidos. Agora, em Ribeirão, o que é patrimônio público, patrimônio cultural da cidade, pode ir abaixo. Não há preocupação de se preservar. Se construírem esse terminal os problemas vão se agravar intensamente."

A catedral é tombada pelo Estado e pelo município.

OUTRO LADO

A prefeitura diz que aguarda o laudo para as "devidas análises para a deliberação sobre o assunto". Ontem, a Transerp confirmou que, por enquanto, não há nenhuma modificação em relação à instalação do terminal porque o problema não foi discutido.

Na próxima terça-feira, a prefeita Dárcy Vera (PSD) deve participar da uma reunião para debater o tema com representantes da igreja.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página