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Justiça nega pedido de prisão de mãe e padrasto de Joaquim
Em decisão, juíza de Ribeirão diz não haver risco concreto de o casal fugir, coagir testemunhas ou destruir provas
Menino desapareceu na última terça-feira de dentro de sua casa; padrasto diz que quer provar sua inocência
A Justiça de Ribeirão Preto negou o pedido de prisão temporária da mãe e do padrasto do menino Joaquim Ponte Marques, 3, desaparecido desde a madrugada da última terça-feira na cidade.
A juíza Isabel Cristina Alonso Bezerra dos Santos, da 2ª Vara do Júri e das Execuções Criminais, alegou na decisão que o técnico em informática Guilherme Raymo Longo, 28, e a psicóloga Natália Mingoni Ponte, 29, estão colaborando com as investigações. Ainda segundo a juíza, não existe risco concreto de o casal fugir, coagir testemunhas ou destruir provas.
"A decisão judicial não pode estar atrelada ao clamor social ditado em razão do sofrido desaparecimento de uma criança", escreveu a juíza.
Longo se diz inocente e afirma que quer encontrar o menino.
Joaquim desapareceu de sua casa no Jardim Independência, zona norte de Ribeirão. A mãe só deu conta do sumiço do garoto pela manhã, ao acordar.
O promotor Marcus Tulio Alves Nicolino, que deu parecer favorável à prisão temporária, afirmou que falará com o delegado Paulo Henrique Martins de Castro para decidirem se vão renovar o pedido enviado à Justiça.
Para o promotor, há indicativo de que houve homicídio qualificado e não há indícios da participação de terceiros no sumiço do menino.
"A casa não tinha nenhuma janela ou porta arrombada e o cadeado estava no portão." Para ele, é possível que que o casal mude cenário da casa e "suma com provas".
'MAIS ANGÚSTIA'
Ao tomar conhecimento da decisão da juíza, o promotor de eventos Arthur Paes, pai do menino, disse que sua angústia só cresce. "Tenho fé de que meu filho está bem e que vou encontrá-lo com vida. É nisso que eu acredito", disse.
Ele mora em São Paulo e está em Ribeirão desde terça devido ao desaparecimento.
Ontem, a mãe e o padrasto prestaram novo depoimento, marcado por contradições, disse o delegado. Os pais do casal também foram ouvidos.
Castro disse que suspeita de que a criança tenha sido jogada no córrego Tanquinho, perto da residência do casal. Trabalho do cão farejador da PM indicou que Longo e Joaquim caminharam juntos até o córrego.